De acordo com o boletim semanal da Secretaria de Estado da Saúde, a soma dos registros dos 28 municípios do Noroeste só é menor do que na regional de Londrina
REINALDO SILVA
Da Redação
O boletim da dengue atualizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na última terça-feira (21) aponta a região de Paranavaí como a segunda do Paraná em casos positivos da doença. Desde agosto de 2024, os 28 municípios somam 1.270 confirmações.
A região de Londrina, que figura no topo da lista, registrou 1.633 diagnósticos no mesmo período.
De acordo com o médico veterinário da 14ª Regional de Saúde de Paranavaí, Walter Sordi Junior, o avanço da dengue é resultado da soma de diferentes fatores, que podem ser resumidos em uma só palavra: descaso.
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São exemplos clássicos o descarte irregular de lixo em vias públicas, terrenos baldios e fundos de vale; a falta de limpeza de quintais; e o entupimento de calhas.
As prefeituras também têm responsabilidades nos cuidados com prédios públicos e galerias de captação de água, na fiscalização dos atos da população e na aplicação de multas em situações que coloquem em risco a saúde coletiva. Seguir a legislação à risca é imprescindível, ainda que as medidas pareçam drásticas, diz Sordi Junior.
O médico veterinário incentiva a integração dos setores dentro das secretarias municipais de Saúde e a colaboração das demais pastas. Todos precisam trabalhar em conjunto para evitar que a região enfrente quadros de epidemia.
REGIÃO – Entre os municípios da Região Noroeste, Loanda tem o maior volume de casos positivos, 374. É quase o triplo de Marilena, que aparece na segunda colocação com 126 confirmações.
A tentativa de controlar a situação levou a Secretaria de Saúde de Loanda a organizar mutirões de limpeza. A ação se estenderá por três dias, a partir desta quinta-feira (23) até sábado (25), concentrando esforços principalmente no bairro Alto da Glória.
A secretária Maria Lusmir Fernandes informa que as equipes técnicas também instalarão armadilhas para a captura de mosquitos.
Cumpridas essas etapas, Loanda estará apta a receber o suporte do governo do estado para a pulverização do veneno com o equipamento de ultra baixo volume (UBV). O produto é eficaz contra o inseto transmissor da dengue, o Aedes aegypti.
De acordo com a 14ª Regional de Saúde, o artifício já foi utilizado em São João do Caiuá e Marilena, municípios que enfrentam surto da doença.
PARANAVAÍ – Em nota enviada ao Diário do Noroeste, a Secretaria de Saúde também manifesta preocupação com o problema. De agosto de 2024 a 16 de janeiro de 2025, o município anotou 60 casos positivos de dengue – é o terceiro da região em quantidade de confirmações.
Levando em conta a condição de cidades vizinhas, o texto diz: “Embora o número de Paranavaí esteja controlado, a situação exige atenção constante, pois o mosquito Aedes aegypti não reconhece fronteiras geográficas”.
As medidas de controle incluem a ampliação dos trabalhos da equipe de endemias, com expediente também aos sábados, e dois mutirões de limpeza – um na região central da cidade e outro no Conjunto Habitacional Luiz Lorenzetti, “ambos locais estratégicos para a eliminação de focos do mosquito e conscientização da população”, aponta a nota da Secretaria de Saúde.
Outra ponderação relevante da administração municipal segue na mesma direção indicada pela 14ª Regional de Saúde: “Com as condições climáticas atuais — calor intenso e chuvas pontuais —, que favorecem a proliferação do mosquito transmissor, é fundamental que a população mantenha os cuidados preventivos. É momento de redobrar a vigilância, eliminando possíveis criadouros como recipientes que acumulam água”.