A primeira informação apontava para possível feminicídio. No entanto, a Polícia Militar emitiu nota dizendo que “não há confirmação de que tenha natureza criminal”. Inicialmente foi constatado infarto pelo Samu – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, diz a PM
REINALDO SILVA
Da Redação
Cristiane Aguiar Moreira Dias, de 44 anos, era moradora da Vila Operária, em Paranavaí. Vivia com três dos quatro filhos e com o marido. Ela morreu na tarde desta segunda-feira (24) e as primeiras informações de testemunhas cogitavam tratar-se de feminicídio. No entanto, a Polícia Militar emitiu uma nota no início da noite esclarecendo que “não há nenhuma confirmação que tenha qualquer natureza criminal”.
Essa declaração é complementada por outra informação técnica decisiva. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu – teria constatado um infarto. A PM adverte que tal situação será confirmada apenas após a perícia, a necropsia e demais providências. Neste contexto está incluída a parte investigativa que deve ser feita pela Delegacia da Mulher.
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O marido da vítima chegou a ser detido como suspeito de cometer feminicídio, caracterizado quando o crime é motivado por ódio à condição de gênero.
Enquanto a Polícia Civil averigua os fatos, conhecidos falam sobre o que teria acontecido. Cristiane e o marido brigavam desde as 3h da manhã. Uma vizinha acompanhou a discussão, que classificou como violenta, como sempre acontecia. Outros moradores confirmaram que as agressões verbais e até físicas eram frequentes.
Irmã da vítima, Viviane Aguiar Dias contou que Cristiane era dependente química e fazia tratamento há aproximadamente um ano. Estava debilitada, com algumas funções motoras comprometidas. Levava até 10 minutos para abrir o portão de casa.
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Foto: Ivan Fuquini
As declarações dos vizinhos se misturam e se completam. Antes das 11h, uma mulher passava pela rua onde o casal havia brigado no início da manhã. Encontrou Cristiane caída em um boca-de-lobo, a cabeça no chão e as pernas para cima. Pediu ajuda para outras pessoas e conseguiram retirá-la. Ainda tinha sinais de vida.
Os moradores do bairro chamaram o Samu e aguardaram a chegada dos socorristas. Enquanto isso, tentavam manobras para manter a mulher respirando.
Quando a equipe chegou, Cristiane já estaria morta – fato não confirmado pela equipe do DN junto ao Samu. Na sequência, o corpo teria sido levado à casa, sendo retirado pela Polícia Científica por volta das 16h30.
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Foto: Ivan Fuquini
A Polícia Militar foi acionada, e quando chegou ao local, no início da tarde, teria encontrado o marido de Cristiane contido pelos próprios moradores.
De acordo com a irmã da vítima, os filhos gêmeos de Cristiane têm 15 anos; o mais novo, 10 anos. O outro irmão, maior de idade, vive em Cuiabá (MT). Nenhum deles é filho do atual marido e o pai deverá assumir o cuidado dos três.