Pvai Alegria começou ontem (28 de fevereiro) e até terça-feira (4) segue com atrações gratuitas para toda a comunidade
REINALDO SILVA
Da Redação
Moça Maluca era uma boneca cujos pés ficavam amarrados aos do condutor Dorival Torrente. Juntos, criador e criatura desfilavam em um só ritmo pelas ruas de Paranavaí durante os carnavais da década de 1980, quando três blocos animavam as festas e empolgavam os foliões.
Começou com a Escola do Biga, que logo ganhou a companhia dos blocos da Binidita e dos Sujos, esse último criado com a participação de Dorival Torrente em parceria com o Sesc Paranavaí.
“A comunidade respondia. Tinha mais gente para ver o Carnaval de rua do que em 7 de setembro”, relembra o artista. As pessoas se divertiam, os grupos se divertiam, os organizadores se divertiam.
O tempo passou e a tradição foi perdendo forças. No final dos anos de 1980 os blocos do Biga e da Binidita terminaram e os integrantes se juntaram aos Sujos. Não demorou muito até que também esse último grupo fechasse.
De lá para cá, houve tentativas de resgatar a cultura de levar pessoas às ruas nos dias de Carnaval. Mesmo iniciativas do poder público não tiveram grande adesão.
Pvai Alegria – Agora, a Prefeitura de Paranavaí está incentivando a formação de novos blocos, uma tentativa de retomar as atividades de 40 anos atrás. O Pvai Alegria começou ontem (28 de fevereiro) e até terça-feira (4) segue com atrações gratuitas para toda a comunidade.
O presidente da Fundação Cultural, Rafael Torrente, conta que sete blocos se inscreveram para o Carnaval de rua deste ano. “A gente sabe que faz tempo que não acontecia, mesmo assim, ficamos surpresos com as inscrições, com o pessoal participando. Os blocos estão se preparando, cada um com sua singularidade, para trazer uma grande festa para a população.”
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Foto: Ivan Fuquini
O Carnaval é uma festa popular brasileira. As pessoas se preparam, se envolvem, se dedicam. Em Paranavaí não é diferente. “A gente sabe que tem outros carnavais acontecendo na região. Nossa expectativa é que aqui se caracterize como uma festa para a família, um Carnaval de todas as idades.”
Também ganha destaque nas palavras do presidente da Fundação Cultural o fato de haver espaço para apresentação de artistas locais, o que fortalece o cenário musical. Além disso, há movimentação turística, econômica.
Técnica de Atividade e coordenadora dos programas de educação do Sesc Paranavaí, Tânia Mara Volpato, classifica o Carnaval como “manifestação cultural muito importante, não podemos deixar morrer”.
“É um momento de alegria, podemos trazer reflexões sobre a diversidade, as diferenças sociais, a desigualdade. Mostra que todos somos iguais e podemos viver em uma sociedade justa e igualitária”, diz Tânia Mara.
Ela fala do grupo da terceira idade do Sesc, que se consolidou no início da década de 1990 e tem participado ativamente das festividades carnavalescas. Já se fantasiaram de baianas, de ciganas e por aí vai… “Não tem tempo quente com essas meninas da maturidade.”
Programação – As festividades organizadas pela Prefeitura de Paranavaí estão concentradas na Praça dos Pioneiros e começaram na noite de sexta-feira (28 de fevereiro).
Neste sábado (1º), haverá encontro dos blocos e apresentação do DJ Nando Najaay às 19h; e show do grupo de pagode Semse às 20h.
No domingo (2), a partir das 17h haverá atividades especiais para as crianças; às 18h, concentração dos blocos e apresentação dos DJs Rizatto e Sono; e às 19h, show da banda Herança.