Brasil é o primeiro país a oferecer gratuitamente o imunizante no SUS; vacina ajuda a prevenir formas graves da doença, que já causou milhares de mortes nos últimos anos
Em meio a um cenário preocupante de surtos de dengue em diversas regiões do país, o Ministério da Saúde incorporou em 2024 ao Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina contra a dengue para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos de idade – grupo que concentra o maior número de hospitalizações por dengue depois dos idosos. A iniciativa faz do Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante de forma gratuita em um sistema público universal, representando um avanço importante no enfrentamento à doença.
De acordo com a médica pediatra Agnes Andrade, a vacinação é uma ferramenta essencial no combate à dengue, especialmente diante do aumento alarmante de casos. “Só no ano de 2024 foram mais de 6 milhões e meio de casos e quase 6 mil óbitos. Mas você sabia que há uma vacina capaz de prevenir as formas graves da dengue?”, alerta a especialista.
Assista ao vídeo e saiba mais detalhes:
O esquema vacinal adotado pelo SUS é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A vacina Qdenga é feita com vírus vivo atenuado — ou seja, um vírus “enfraquecido” — e oferece proteção contra os quatro sorotipos da dengue (1, 2, 3 e 4). Ao contrário da Dengvaxia, que utiliza o vírus da febre amarela como base, a Qdenga utiliza o próprio vírus da dengue, permitindo maior amplitude na faixa etária e sendo indicada mesmo para quem nunca teve a doença.
Apesar de a imunização gratuita estar restrita aos adolescentes de 10 a 14 anos, a vacina é aprovada para pessoas de 4 a 60 anos na rede privada. É contraindicada apenas para gestantes, pessoas com imunodeficiência e em casos de alergia grave à vacina. Para aqueles que já tiveram dengue, o ideal é aguardar um período de seis meses antes da aplicação da primeira dose.
Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde também autorizou a ampliação temporária da distribuição da vacina para outras faixas etárias, em municípios com alta incidência da doença e com doses próximas ao vencimento, como forma de evitar desperdício e aumentar a cobertura vacinal.
A médica lembra, ainda, que a vacina é uma aliada, mas não substitui os cuidados básicos no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. “Evite deixar água parada em recipientes, coloque areia nos vasos de plantas, limpe calhas, utilize mosquiteiros e repelentes apropriados. A prevenção continua sendo responsabilidade de todos”, reforça.
Com a vacinação e as ações preventivas integradas, especialistas acreditam que é possível reduzir significativamente os casos graves e os óbitos causados pela dengue nos próximos anos.
SERVIÇO
Agnes Andrade – Médica pediatra (CRM 42.960 // RQE 31.841)
Endereço: Rua Manoel Ribas, 1978, Parque São Lourenço, ICT Clínica, em Paranavaí
Telefone/WhatsApp: (41) 9 9732-2294
Instagram: @agnes.pediatra