Após três gestações e duas perdas, moradora de Alto Paraná vive momentos de felicidade ao lado do filho
Texto: Ana Cecilia Paglia
Supervisão: Monique Manganaro
Neste domingo (11), é comemorado o Dia das Mães, que representa aquelas que cuidam, zelam e protegem. A data, voltada à dedicação e ao amor materno, tem um significado especial para Amanda Neide Negrini.
A moradora de Alto Paraná comemora o dia pela primeira vez ao lado do filho, de 8 meses, após sofrer duas perdas. Considerado um milagre pela família, Bruno Henrique nasceu com cinco meses e três semanas de gestação, sendo um bebê prematuro extremo.
Antes de se tornar mãe, Amanda viveu um longo período de sofrimento. Em 2018, após um ano de casada, desconfiou que poderia estar esperando um filho e fez o teste de gravidez. Quando veio a confirmação, também recebeu a notícia de que a gestação havia sido interrompida. Como tudo aconteceu rápido demais, Amanda não conseguiu compreender o que sentia, mas não deixou de ficar triste.
Apesar da dor, ela não desistiu. Esperou alguns anos, procurou ajuda médica quando não conseguiu engravidar naturalmente e descobriu que tinha a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), condição que dificulta a gestação. Ela enfrentou o tratamento com fé que daria certo e conseguiu conceber pela segunda vez em 2023, o que a encheu de felicidade.
Amanda ficou surpresa com os exames do pré-natal, pois os resultados indicavam que ela tinha insuficiência cervical, que ocorre quando o tecido cervical não é forte o suficiente para suportar a gravidez, podendo levar ao parto prematuro ou a um aborto espontâneo.
Ela vivenciou essa descoberta com determinação, mas precisou lidar com a perda pela segunda vez. A mãe detalha com lágrimas nos olhos os momentos que experimentou. “Foi bem triste, porque no hospital, quando você sofre uma perda, você acaba ficando no mesmo quarto com outras mulheres que ganharam neném. Então você fica bem emotiva.”
Enfrentar essa dor não foi fácil, mas como ser mãe era um sonho que mantinha, Amanda acreditou que em algum momento viveria o lado feliz da maternidade.

Jornada feliz
A terceira gestação aconteceu em 2024, o que a deixou maravilhada. “Fazia um mês que minha menstruação não descia, mas eu não fui atrás. Como precisei fazer um tratamento anteriormente, pensei que dessa vez seria igual. Mas não, foi uma gravidez natural,” relembra com felicidade.
Por causa do quadro anterior de insuficiência cervical, Amanda passou por um procedimento chamado cerclagem, realizado para prevenir o parto prematuro. Depois de alguns meses, começou a sentir fortes dores na garganta, que eram relacionadas a uma infecção na cirurgia realizada no colo do útero. O problema se espalhou de forma rápida e ela entrou em trabalho de parto com cinco meses.
Passou a noite no hospital e, na manhã seguinte, foi informada que precisaria retirar a cerclagem, pois o bebê nasceria, mas sem detalhes sobre as condições do filho. Em 21 de agosto de 2024, Bruno Henrique chegou ao mundo.
Apesar dos desafios que sabia que viriam, Amanda foi inundada de felicidade com o nascimento do filho. A saúde do recém-nascido era alarmante e preocupante, já que não conseguia respirar sozinho. Diante das preocupações que a rodeavam, ela não desistiu, mesmo quando todas as notícias que recebia eram ruins.
Com exatidão, Amanda relembra que a luta durou 121 dias, aproximadamente quatro meses, quando recebeu a informação de que o filho iria para a casa. Além de uma imensa felicidade, a preocupação também a atingiu. “Pensei em como eu ia cuidar dele, pois ele é prematuro extremo, necessitava de mais cuidados.”
A mãe precisou negar visitas de familiares e amigos para preservar a saúde do filho. Visando ao bom desenvolvimento motor, Bruno faz sessões de fisioterapia e, futuramente, precisará frequentar sessões de terapia ocupacional e consultas com um fonoaudiólogo.
Cada pequeno passo no crescimento do filho é uma alegria e uma vitória para ela, que precisou enfrentar uma longa caminhada até segurá-lo nos braços.
Amanda é um exemplo de dedicação, persistência e superação, uma verdadeira definição do que é ser mãe.