Após apresentar casos do ‘mal da vaca louca’, o Brasil esteve sob embargo pela China, seu principal parceiro de mercado, nos últimos três meses. Durante o período, esperava-se que o preço da carne reduzisse significativamente, porém tal redução não foi percebida pelo consumidor final. Por isso, agora que a China reabriu o mercado com o Brasil, há uma grande preocupação em torno do possível aumento nos preços do alimento.
Diego Arruda, empresário do mercado de exportação e importação, explica que a carne é um dos fatores que causam alterações na inflação. Porém, de acordo com ele, apesar da reabertura de mercado com a China, os preços devem voltar ao normal. “Não é só a China que compra do Brasil, a queda de preços foi amortizada pelo escoamento para outros mercados”, detalha.
Arruda explica, ainda, que o que deve acontecer agora é uma reativação de canais de exportação já existentes, logo, a normalização de preços deve acontecer gradualmente. “Existem outros fatores que fizeram com que a queda nas exportações não fosse sentida de maneira perceptível no bolso dos brasileiros”, afirma. Uma das razões é que as empresas tiveram autorização para armazenar por até 60 dias o que foi produzido antes do bloqueio, ou seja, não precisaram disponibilizar os excessos. “É a lei da oferta e da procura, se não tinha carne ‘sobrando’ nos mercados, o preço não despencou”, pontua Diego Arruda.
Além disso, acredita-se que os supermercados e os açougues aproveitaram para comprar carne mais barata ainda em outubro e estocar para a demanda de fim de ano. Porém, esse processo tem muitos gastos envolvidos e este também é um fator relevante na determinação de preço para o consumidor final. “Determinar o preço de um produto é algo muito complexo. Jamais se pode definir apenas um fator interno ou externo, existe toda uma cadeia de possibilidades”, explica o especialista.
Diego Arruda – Especialista em ajudar pessoas a empreender e a descobrir oportunidades de negócios. Através de consultorias e treinamentos, ajuda a revelar nichos de mercado para parceiros e clientes. Seu primeiro grande negócio foi em 2009, quando ele tinha apenas 23 anos. Ele criou uma empresa para atender uma demanda de vendas e terceirização de serviços na área de telecomunicações para grandes operadoras, como a Vivo.
Com o passar do tempo, identificou que era possível não só trabalhar com vendas, mas também otimizar recursos e utilizar estratégias alternativas para a captação massiva de clientes no mercado online. Na época, esse negócio gerou o faturamento de R$ 500 milhões. Já em 2013, iniciou a expansão de segmentos de outsourcing de serviços, como terceirizações, engenharia, segurança de dados, além projetos de captação de clientes em mídias digitais. Três anos mais tarde, foi a vez de se lançar no mercado de importações. Ao longo dos anos, atendeu a órgãos públicos e trabalhou com operações de venda de produtos de mobilidade elétrica, com foco em energia limpa, shoppings e e-commerces.
Com a chegada da pandemia, conseguiu o registro de teste rápido para a Covid19, o que gerou uma grande colaboração para a sociedade e um forte faturamento indo na contramão da crise. Ainda em 2020, somente no segmento de outsourcing público, conseguiu gerar um faturamento de R $20 milhões.