Tipo de acidente mais comum entre os animais peçonhentos, a picada de escorpião é geralmente reconhecida por provocar dor intensa. Mas o que pouca gente sabe – e que deve servir de alerta aos pais – é que as ocorrências envolvendo crianças e adolescentes com até 14 anos costumam ser as mais graves. O aviso é da pediatra Agnes Andrade, que atende em Paranavaí.
A médica relembra que as épocas do ano marcadas pela presença de chuva constante e períodos de calor favorecem a proliferação do animal. Na região de Paranavaí, o amarelo costuma ser o mais comum. “Cerca de 60% dos acidentes com animais peçonhentos envolvem escorpiões. Nos últimos 10 anos, houve no Brasil um aumento de 150% das notificações dos casos de escorpionismo. A taxa de letalidade desse tipo de acidente é de aproximadamente 0,5%”, informa.
Sintomas
Após um acidente com escorpião, um dos primeiros indícios é a dor, que pode ser intensa e até irradiar pelo membro picado. Outros sintomas imediatos são sensação de formigamento, vermelhidão e sudorese no local. Passados minutos ou horas, a pessoa pode desenvolver agitação psicomotora, tremores, salivação, dor abdominal, náuseas, vômitos, hipertensão e hipotensão.
A pediatra alerta para a atenção a crianças pequenas, que podem não ter habilidade para verbalizar e relatar o que aconteceu. “Muitas vezes, elas apresentam quadro de choro súbito e dor intensa no local. Nesses casos, a hipótese de acidente com o escorpião deve ser levantada mesmo que não se veja nada, porque o comum é que não haja nenhum sinal de inoculação do veneno”, orienta.
A maior parte dos casos, conforme a especialista, evolui de forma benigna. No entanto, entre os casos preocupantes – cerca de 1% -, a vítima está propensa a arritmia, insuficiência cardíaca, edema agudo do pulmão e até choque.

Foto: Emanuel Marques da Silva/Divisão de Zoonoses e Intoxicações da SESA
Como agir
Diante da suspeita de acidente com o escorpião, a recomendação é lavar o local da picada com água e sabão e procurar o pronto atendimento mais próximo. Em Paranavaí, a unidade de referência é a Santa Casa.
“Se conseguir capturar o escorpião, é válido para identificação no pronto atendimento e também notificação do caso. Não há indicação de fazer torniquete ou tentar sugar o veneno. Não utilize gelo também porque pode piorar a dor no local”, aconselha a pediatra.
Para casos leves, o tratamento costuma ser o controle da dor com analgésicos. Em casos moderados a grave, é indicado o uso do soro antiescorpiônico.
Prevenção
A melhor forma de prevenir os acidentes com escorpião é eliminar focos de proliferação do animal. Para isso, retire dos ambientes sujeiras que atraem baratas, moscas e que costumam servir de alimento para o escorpião.
Na hora da limpeza, vale utilizar luvas para evitar esse tipo de acidente. No momento de se vestir, examine roupas e calçados, porque o escorpião pode se esconder dentro da peça.
“Essas medidas são formas de prevenção, mas em caso de acidente, dirija-se ao pronto-atendimento”.
SERVIÇO
Agnes Andrade – Médica pediatra (CRM 42.960 // RQE 31.841)
Endereço: Rua Manoel Ribas, 1978, Parque São Lourenço, ICT Clínica, em Paranavaí
Telefone/WhatsApp: (41) 9 9732-2294
Instagram: @agnes.pediatra