RAQUEL LOPES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta pode reduzir o isolamento para pessoas assintomáticas com Covid de dez para cinco dias.
Ao falar sobre essa possibilidade, o ministro citou que o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) já deu essa recomendação. Uma reunião do ministro com integrantes da pasta está marcada para esta sexta-feira (7) para discutir o assunto.
O ministro também falou sobre o vazamento de dados de médicos que participaram da audiência pública promovida pelo Ministério da Saúde na terça-feira (4).
“Eu sou ministro da Saúde, eu não sou fiscal de dados do ministério”, declarou.
Três médicos, que defendem a vacinação de crianças contra a Covid-19, começaram a sofrer ataques após terem os dados pessoais vazados.
Para participar da audiência pública os médicos tiveram que entregar ao ministério as “declarações de conflitos de interesse”, documento em que esclarece as empresas que prestou serviço nos últimos anos.
Esses documentos foram vazados na íntegra com os dados pessoais dos médicos, como celular, email.
Os médicos são Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações; Marco Aurélio Sáfadi, da Sociedade Brasileira de Pediatria; e Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações.
A deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL), que participou da audiência e indicou mais três médicos contra a vacinação infantil para participar da audiência, admitiu para o jornal O Globo, que revelou o caso, que compartilhou as declarações em um grupo de WhatsApp de médicos, mas negou ser responsável pelo vazamento.
Na noite desta quinta-feira (6), Bia Kicis disse que há muito interesse em saber quem vai se responsabilizar por um suposto vazamento e nenhum interesse em saber quem vai se responsabilizar pelos eventuais danos dos efeitos colaterais das vacinas em crianças.
“Zero interesse também em eventual conflito de interesses em quem defende a vacina a todo custo e possui 20 clínicas de vacinação ou em quem declara que nos últimos 5 anos recebeu patrocínio das fabricantes das vacinas”, disse em outra publicação.
Rosana Leite de Melo, secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, chegou a publicar uma nota de esclarecimento dizendo que não autorizou ou disponibilizou para divulgação o documento “declaração de conflito de interesses”.
“Esta secretaria não compactua com a divulgação de dados pessoais sem o consentimento dos envolvidos. Eventual divulgação das referidas informações se deu de forma indevida”, disse na nota.
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