Neste ano, o evento celebra a relação diplomática entre Brasil e Japão, estabelecida há 130 anos com a assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, e busca levar a cultura japonesa para além dos portões da festa
MONIQUE MANGANARO
Da Redação
Entre recortes, dobraduras, colagens e muita concentração, os alunos do 4º ano da Escola Municipal Rotary Arenito, em Paranavaí, confeccionam as peças que, juntas, formarão o fukinagashi. Das pequenas mãos vão surgindo, pouco a pouco, cada detalhe dos grandes e coloridos enfeites japoneses.
Após algum tempo de dedicação, as longas fitas de papel penduradas embaixo das esferas delicadas começam a ganhar a sensação de movimento tão característica da técnica. Fukinagashi, em japonês, que dizer “varrido pelo vento”.

Foto: Ivan Fuquini
Todo o minucioso trabalho tem um objetivo. Os estudantes são uma das diversas turmas da rede municipal de ensino inscritas no concurso cultural que integra a programação da 28ª edição do Festival da Primavera.
Neste ano, o evento celebra a relação diplomática entre Brasil e Japão, estabelecida há 130 anos com a assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, e busca levar a cultura japonesa para além dos portões da festa. O objetivo da organização é aproximar a comunidade local da cultura nipônica trazendo a cidade para perto da realização do evento.
A apresentação da técnica aos estudantes exerce a função de aprendizagem e intercâmbio cultural entre os mais jovens. Para Márcia Iga, integrante da organização do festival, a atividade tem mostrado, de forma lúdica, as riquezas da tradição japonesa para muitas crianças que nunca tiveram contato com a cultura. “É um mundo novo, são portas que estão abrindo. Trazê-los para o nosso mundo e a gente entrar no mundo deles foi um primeiro passo que está dando resultados que a gente não esperava”, afirma.

Foto: Ivan Fuquini
A professora de Arte Tamiris da Silva de Souza avalia que a atividade é uma oportunidade para ensinar histórias e símbolos do Japão. Em sala de aula, ela apresentou aos estudantes a lenda ligada ao fukinagashi e trabalhou os detalhes da técnica para confecção dos enfeites. “Eles gostaram muito, pois já conheciam aspectos da cultura japonesa como animes, mangás e gastronomia, mas não tinham contato com essa arte específica”, contou.
Além da chance de aprender mais sobre uma cultura milenar e concorrer a prêmios, os estudantes também terão a oportunidade de ver os trabalhos que desenvolveram fazendo parte da decoração do evento. Na abertura do Festival da Primavera, em 4 de setembro, todos os enfeites produzidos nas escolas serão içados e ficarão expostos em um dos ambientes da festa para apreciação de todos os visitantes.

Foto: Ivan Fuquini
Todos os enfeites inscritos no concurso também passarão pela avaliação de uma comissão julgadora que, ao final, premiará dez trabalhos. Até o momento, pelo menos 23 trabalhos já foram enviados por 18 instituições, incluindo o Instituto Maurício Gehlen e o Sesc. As inscrições e entregas seguem abertas até 25 de agosto.
“Kizuna, a flor da amizade Brasil – Japão”
O 28ª Festival da Primavera vai ocorrer entre 4 e 13 de setembro, na sede da Sociedade Paranavaiense de Desportos e Cultura (SPDC), em Paranavaí. O tema da edição é “Kizuna, a flor da amizade Brasil – Japão”.
Seguindo a novidade do ano passado, o festival também terá 10 dias em 2025.
Parceria
O Diário do Noroeste e a organização do festival firmaram uma parceria para levar ao leitor os detalhes do 28º Festival da Primavera. Nas versões impressa e digital do DN, os leitores vão acompanhar as informações sobre a programação, as atrações e as curiosidades da festa.
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