LEO BURLÁ
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)
Assombrado por lesões que prejudicaram a caminhada da equipe em 2021, o Flamengo inicia a nova temporada disposto a não cometer os mesmos erros e fez algumas mudanças nos protocolos de avaliação dos atletas.
Desde a última segunda (10), dia da apresentação de Paulo Sousa no clube, a área científica do Flamengo decidiu que as avaliações físicas terão correlação direta com situações de jogo.
A partir da execução de movimentos realizados em campo, a ideia é que o português e o restante da comissão técnica estejam munidos de dados que apontem não apenas para as capacidades físicas de cada um, mas que também deem elementos para que cada jogador seja submetido a um trabalho específico quando necessário e ajudem no crescimento da performance.
“Temos tudo para trabalhar e exigir do nosso atleta o máximo de desempenho. Agora é trabalhar muito, e bem, e fazer com que nossos jogadores possam manter uma performance constante lá em cima”, disse Sousa.
A principal novidade adotada foi tornar os exercícios propostos uma fonte de informação que contemple preparadores, fisiologistas e médicos, otimizando toda a bateria de testes.
Em uma prova de arranque, por exemplo, foram colhidas informações que serão úteis para todos os setores de uma só vez. O clube já conta com o WIMU, uma nova geração de GPS que permite monitoramento de dados simultâneos no campo e na academia, e o TMG, um aparelho que ajuda na avaliação do potencial de contração muscular. As novas tecnologias permitiram a otimização dos diagnósticos.
Na reapresentação, os atletas foram submetidos, dentre outros testes, a provas isocinéticas, que fornecem dados de força, potência e resistência muscular. A partir deste resultado, Sousa já tem um raio-x de pontos como potencial de arranque e aceleração.
Com essas informações em mãos, o departamento científico terá mais embasamento para o aprimoramento de protocolos individuais já existentes. Sobre uma plataforma de força, os rubro-negros se exercitaram, e os resultados irão apontar o quanto eles são capazes para reagir a estímulos durante os 90 minutos.
Neste primeiro momento, a comissão técnica que faz parte do quadro fixo do clube está animada com o retorno da ciência à pauta cotidiana do Flamengo. A ideia é que as avaliações bem feitas resultem em intervenções melhores se houver necessidade -seja no ganho de performance ou no tratamento de contusões.
O novo formato de testagem foi projetado pelos funcionários que já estavam no clube e abraçado pelos profissionais que chegaram com o novo técnico.
“Em todas as equipes que tivemos, sempre fomos equipes com poucas lesões. Há uma forte integração do meu estafe com pessoas do clube de muita qualidade. Vai haver mais integração de qualidade e podemos servir ao atleta e reduzir as lesões”, completou o português.