Apesar de começar com chuva e temperaturas amenas na maior parte do Estado, a tendência é de que a primavera de 2025 seja marcada por temperaturas acima da média, alguns episódios de ondas de calor, e longos períodos sem chuva intercalados por fortes temporais. De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a próxima estação, que terá início às 15h19 da próxima segunda-feira (22) e fim às 12h03 do dia 21/12/2025, terá um aumento gradual na quantidade de eventos meteorológicos.
A estação tem como característica dias progressivamente mais longos e quentes (em média) à medida que se aproxima do verão. Um dos sistemas que vai influenciar o clima no Paraná a partir da primavera até o primeiro trimestre de 2026 é o fenômeno La Niña, com intensidade fraca de acordo com as previsões dos modelos climáticos em grande escala (que geram as projeções médias de clima para as escalas de tempo de meses a anos).
“Com a formação de um episódio de La Niña, a expectativa seria de redução das chuvas no Sul do Brasil, principalmente na transição entre a primavera e o verão. No entanto, as previsões de longo prazo indicam que o Atlântico Sul Subtropical permanecerá mais quente que o normal na primavera de 2025”, detalha Leonardo Furlan, meteorologista do Simepar.
“Essa anomalia positiva de TSM (Temperatura da Superfície do Mar) aumenta a disponibilidade de umidade e, pela modulação da circulação da Alta Subtropical do Atlântico Sul, pode favorecer maior transporte de vapor d’água para a faixa leste do Paraná. Dessa forma, a influência seca da La Niña pode ser parcialmente compensada, mantendo as chuvas mais próximas da climatologia nessa região”, complementa.
De acordo com o Simepar, a chuva na primavera de 2025 deverá ser dentro a ligeiramente abaixo da média histórica no Interior do Paraná, com destaque para as regiões que fazem divisa com Santa Catarina. No Litoral, a expectativa é de chuva dentro da média no trimestre.
“Dezembro será um mês mais seco, com períodos longos sem ocorrência de precipitação consistente, com um padrão de chuvas mais irregulares. Além disso, vale destacar que faz parte da climatologia da primavera a ocorrência de temporais severos (com chuva intensa, rajadas de vento fortes, incidência elevada de descargas atmosféricas e queda de granizo)”, lembra Furlan.
Já a temperatura média do ar ficará dentro a acima da climatologia no interior paranaense e dentro a ligeiramente acima da média na Região Metropolitana de Curitiba e Litoral, com previsão da ocorrência de alguns episódios de ondas de calor, principalmente em outubro e dezembro.
Chuvas e temperaturas médias
Depois de um mês de agosto historicamente seco, a primavera marca a volta das chuvas ao Paraná, frequentemente causadas pela passagem de sistemas frontais (frentes frias e/ou quentes), áreas de baixa pressão entre o Paraguai e o nordeste da Argentina, e de outros sistemas de precipitação, de curta duração, que se desenvolvem no estado em função das temperaturas altas e do maior conteúdo de umidade no ar em áreas próximas dos países e estados vizinhos.
“Nesta estação é esperado a atuação dos chamados Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM), que são aglomerados de nuvens de tempestades que se formam na região do Paraguai e entram no Paraná ou se desenvolvem no estado”, explica Furlan.
As temperaturas médias mensais também apresentam aumento em seus valores médios durante a estação.
No Norte paranaense, em outubro ou volumes de chuva ficam entre 90 mm e 220 mm, com temperaturas entre 17,8°C e 29,7°C. Em novembro a chuva fica entre 100 mm 181 mm e as temperaturas entre 18,4°C e 30,1°C. Em dezembro a chuva fica entre 101 mm e 214 mm, e as temperaturas entre 19,8°C e 30,6°C.