VITOR MORENO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “O BBB tem o poder mágico de abrir portas para novas oportunidades.”
Quem afirma tem conhecimento de causa: a médica Thelma Assis, 37, vencedora da 20ª edição do Big Brother Brasil (Globo). “Eu sempre gostei de me comunicar, brinco que sempre fui uma médica exibida (risos) e o programa me permitiu potencializar ainda mais o que sinto e o que tenho para falar”, avalia.
“Hoje a minha voz tem um poder muito maior de alcance”, diz. “Continuo sendo a Thelma médica, mas também comunicadora que usa de sua influência para ser uma porta-voz de causas que acredita e atingir de forma positiva as pessoas. Me sinto realizada!”
A partir desta segunda-feira (17), o programa deve mudar a vida de mais um grupo de 20 participantes dos grupos Pipoca (formado por anônimos) e Camarote (de famosos convidados), mas também de um novo apresentador. Trata-se do jornalista Tadeu Schmidt, 47, que o público se acostumou a ver à frente do Fantástico durante 14 anos.
Ele substitui Tiago Leifert, 41, que apresentou o programa entre 2017 e 2021 e deixou a Globo no ano passado no meio da 10ª temporada do show de talentos The Voice Brasil, alegando problemas pessoais –em setembro, já havia anunciado que não renovaria seu contrato. Antes disso, Pedro Bial comandava a “nave louca”.
Schmidt diz que acompanhou os antecessores. “Acho um programa genial, curto como fã desde a primeira edição”, afirma. “Assistia para ver o desempenho do Pedro Bial e, depois, o do Tiago Leifert, que são craques. Eu apreciava assistir isso.”
“Via também pelos VTs, que são muito divertidos, e para observar a conexão das pessoas, as características psicológicas, como elas se revelam”, continua. “Todo mundo faz isso, não é? Quando estamos conversando com alguém, vamos pensando: ‘Ah, essa pessoa é mais mandona, essa aqui é mais tímida, essa aqui é mais extrovertida…’. É genial poder ver as pessoas dessa forma.”
Mesmo tendo os melhores momentos na cabeça, ele revisitou as edições anteriores. “Eu assisti e reassisti a muita coisa, incluindo toda a edição anterior”, afirmou. “Além de conversar com a equipe do programa, claro, escolhi fazer dessa forma para entender tudo melhor e ficar mais íntimo do reality.”
Porém, o conhecimento sobre o passado do programa não significa que o apresentador vá seguir os modelos já experimentados. “Eu coloco a minha alma em tudo que faço e, no BBB, não está sendo diferente”, diz. “Estou aprendendo muito com as pessoas da equipe, que têm tanta experiência no programa, e também estou tendo liberdade para criar a minha maneira de apresentar.”
Apesar de o nome do jornalista ter pego boa parte do público de surpresa, o próprio Tadeu Schmidt diz que já havia se imaginado “várias vezes” à frente do programa. “Inclusive muitos anos antes de o Bial sair”, comenta. “Ficava pensando como seria estar ali, qual seria o meu jeito de apresentar…”
“Nessa mesma época, quando estavam especulando quem poderia apresentar o programa no lugar dele [Bial] e falaram meu nome, junto ao de outras pessoas, eu achei superlegal”, lembra. “Mesmo assim, não imaginava que iria mesmo acontecer, então por isso foi uma surpresa muito grande receber a notícia do convite.”
ÓTIMA TROCA
A empolgação do novo apresentador com a função foi inesperada até para a equipe. “Esse lado dele fã do programa até nos pegou de surpresa”, diz o diretor-geral Rodrigo Dourado. “Ele é totalmente interessado, muito disponível, muito aberto a aprender e a querer fazer parte dos processos, entender o que a gente faz.”
“Tadeu é muito empático”, elogia. “Ele vai se apaixonar por essas pessoas como a gente se apaixona. Ele também está muito empolgado com as provas, já se colocou disponível para estar junto na hora de criar e desenvolver as dinâmicas do game [jogo]… Tem sido uma ótima troca.”
Dourado esteve presente em todas as 22 edições do Big Brother Brasil e avalia que o programa se transformou bastante ao longo de 20 anos. “O BBB nunca foi só mais um programa de televisão”, avalia. “Desde que estreou, em 2002, ele sempre se fez muito presente na vida dos brasileiros. E soube se reinventar.”
“Isso é o que constrói a longevidade da qual a gente tem tanto orgulho”, afirma. “O BBB consegue andar junto com a transformação das pessoas, da vida em sociedade. É um programa que nutre um relacionamento muito íntimo com seu público e que está presente em diferentes canais antes mesmo do termo multiplataforma existir.”
Para ele, no entanto, o que não mudou foi a ânsia das pessoas em saber sobre os outros. “O programa se conecta muito com a curiosidade do brasileiro pela vida”, afirma. “A possibilidade de se ver, se espelhar e se imaginar dentro do programa, muitas vezes, vai além da competição.”
“Hoje, as pessoas também querem estar por dentro do que acontece no BBB para poder fazer parte da conversa, da discussão”, analisa. “Outro fato é que o BBB oferece ao público uma história imprevisível, contada pelos participantes. Uma dramaturgia às avessas.”
“Quando você coloca as pessoas dentro da casa, entrega uma página em branco na mão delas e diz que a regra é fugir do paredão e chegar à final, o que elas vão fazer depende de cada uma”, continua. “E tem ainda mais camadas: as pessoas são umas quando estão sozinhas, mas se revelam outras, dependendo das companhias. Essa imprevisibilidade é muito interessante.”
REDES SOCIAIS
Esse apetite todo do público, no entanto, é algo que assusta quem acompanha as redes sociais. Antes mesmo da estreia, os perfis do apresentador já estão fervilhando com comentários sobre o programa. “A sensação é que a nossa troca já está antecipando um pouco do que vamos viver juntos ao longo da temporada”, diz ele. “Vejo que a empolgação é algo em comum entre a gente!”
Com um histórico de atleta e de apresentador de programas esportivos, Tadeu Schmidt conta que está acostumado com os fãs mais emocionados. “Se tem uma coisa que eu aprendi na minha vida foi a lidar com torcida (risos)”, afirma. “Aprendi que o torcedor usa o coração.”
“O mesmo cara que é superequilibrado, super centrado, na hora que vai para a torcida, ele enlouquece!”, comenta. “Mas aprendi que não dá para ficar chateado com torcedor. No final, um torce pelo João e outro torce pela Maria. Se eu falar da Maria, o pessoal do João pode não curtir. Se eu falar do João, lá vem o grupo da Maria. Normal.”
O jornalista diz que, venha o hate (ódio) que vier, ele vai focar na paixão que trouxe o programa até sua 22ª edição. Inclusive, caso não tivesse virado apresentador, ele diz que poderia ser visto um dia no programa como participante do grupo Camarote.
“Eu adoraria ser um brother pela experiência de ficar em um lugar fechado, em uma convivência intensa, sendo cercado pelas câmeras e com todo mundo vendo o que está acontecendo”, afirma. “Mas, sobretudo, por estar participando de um jogo.”
“Eu fui atleta, minha família é de atletas”, explica. “Um jogo em que o caminho para a vitória não é a minha velocidade, a minha força ou o meu talento e, sim, o meu jeito, a maneira como eu ajo e me posiciono diante das coisas, o meu caráter, a minha simpatia… Isso é demais!”
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