Dar voz aos paranaenses. Essa é a principal missão da Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná. Depois de percorrer o Paraná em nove audiências públicas presenciais, realizar outros oito encontros on-line para debater o tema e uma reunião técnica com representantes do Ministério da Infraestrutura para conhecer o projeto, o grupo de trabalho começa a colher os frutos da mobilização que reuniu políticos, o setor produtivo e, principalmente, quem utiliza as rodovias. O Paraná rejeitou o modelo proposto pelo Governo Federal e agora uma nova proposta está sendo desenhada. Mesmo diante dessa primeira vitória, ainda há um longo caminho na busca pelo melhor projeto, com a menor tarifa e garantia das obras.
“O trabalho foi absolutamente fundamental. Nós fizemos o Governo Federal, que havia construído um modelo em debate com o Governo do Estado, recuar. Tiveram que desistir do modelo híbrido, tiveram que desistir da taxa de outorga, que era aquele tributo que seria pago para o Governo Federal, e, ao mesmo tempo, o governador saiu daqui e foi lá no presidente da República e disse: o Paraná quer licitação pelo menor preço de tarifa. Foi um grande avanço tudo isso. Acho que nós tivemos um semestre de grandes conquistas e, se alguém achava que ia tratorar a Assembleia Legislativa e a sociedade paranaense, se enganou”, avalia o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), primeiro secretário da Assembleia Legislativa.
Para o coordenador da Frente Parlamentar, deputado Arilson Chiorato (PT), o trabalho realizado nos últimos seis meses uniu todo o Paraná na luta por um pedágio justo. “Primeiro, quero parabenizar os 54 deputados desta Casa pela maturidade de discutir o tema, de formar uma frente e de ter um avanço muito grande. A gente fez 18 audiências pelo Estado, mas o importante nisso foi que o pedágio foi um tema que uniu todo o Paraná, a classe política, produtiva e de usuários na defesa do Estado contra uma coisa que fez muito mal para o estado. A preocupação é a instalação e a continuação por mais tempo ainda de um modelo tão nocivo. Nós conseguimos fazer com que o Ministério revesse o projeto e estamos aguardando que saia um novo edital contendo, se Deus quiser, as reivindicações feitas pela sociedade paranaense que é muito diferente do modelo que foi apresentado”.
O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB) destacou o pedágio também como um grande tema debatido pelos deputados e que tomou conta de boa parte das ações do Legislativo nesse primeiro semestre. “O tema ocupou o plenário, foram realizadas audiências públicas pelo interior do Paraná. Vejo como uma enorme contribuição do Poder Legislativo quando se observa que o Governo toma um rumo em função das audiências e do posicionamento do Poder Legislativo, mudando praticamente tudo o que se desenhava pelo Governo Federal em relação ao pedágio. A contribuição do Poder Legislativo foi significativa, definitiva e derradeira para que tenhamos, enfim, uma nova concessão de pedágio com tarifas baixas e dentro do espírito público de defender o cidadão e o contribuinte do nosso estado”.
Foram realizadas audiências públicas em Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Cornélio Procópio, Guarapuava, Francisco Beltrão, Apucarana, Jacarezinho e Maringá. Já os debates virtuais reuniram a população das regiões de Umuarama, Ortigueira, Telêmaco Borba, Paranavaí, Paranaguá, Ponta Grossa, Campo Mourão, São Mateus do Sul e Lapa. Também foi realizada uma audiência temática sobre estruturas cicloviárias e passagens de fauna. Foram nessas oportunidades que a população pode manifestar sua posição sobre o pedágio e sobre as prioridades para cada região.