Criada pela Embrapa, a variedade ganhou espaço no polo de pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná em Paranavaí como alternativa viável para os pecuaristas
REINALDO SILVA
Da Redação
Em 2024, a bovinocultura de leite no Paraná gerou receita de R$ 12 bilhões, aumento de 6% em relação ao ano anterior, R$ 11,3 bilhões. A produção da pecuária de corte apresentou crescimento ainda mais expressivo e subiu de R$ 5,9 bilhões em 2023 para R$ 6,9 bilhões, ou seja, 16%.
A importância dos rebanhos bovinos para a economia paranaense revela a urgência de encontrar soluções sustentáveis para a nutrição, tendo em vista principalmente as condições climáticas adversas cada vez mais frequentes. Na Região Noroeste, por exemplo, os longos períodos de estiagem comprometem a pastagem, o que eleva os custos de produção.
Nesse contexto, o capim BRS Capiaçu se apresenta como alternativa viável para os pecuaristas. Na semana passada, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) promoveu em Paranavaí o IV Dia de Campo Integra Arenito, reunindo produtores de toda a região, para falar sobre plantio, cultivo e ensilagem dessa variedade.
A cultivar foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e motivou estudos do instituto paranaense, como explicou o chefe do escritório regional José Jaime de Lima. “Nós pegamos esse material e fizemos a implantação. A gente vem testando adubação, ponto de corte… São tecnologias desenvolvidas aqui dentro do polo de pesquisa do IDR de Paranavaí.”
Durante o dia de campo, pesquisadores e extensionistas mostraram aos participantes todo o processo, da produção à ensilagem, e falaram sobre as vantagens do uso do BRS Capiaçu como fonte de alimento para os animais.

Foto: Diário do Noroeste
“Temos animais que estão sendo tratados, alguns experimentos com esses tratamentos, com o capiaçu, colocando alguns aditivos, alguns complementos, para ver qual é o melhor ponto, qual que é o maior volume que a gente consegue. Se for no gado de corte, um ganho de peso; se for no gado de leite, a questão da produção leiteira”, disse o chefe do escritório regional do IDR-PR.
Segundo ele, existem algumas possibilidades nutricionais para os rebanhos bovinos em períodos de frio e de baixos volumes de chuva. É o caso do milho e do sorgo, que não são consideradas as opções mais apropriadas para o Noroeste do Paraná. “Em função de a nossa região ser muito quente, se der uma estiagem de 15 dias, por exemplo, já perde muito esse material. A vantagem do capiaçu é a resistência à seca.”
Além disso, a variedade tem caráter permanente, ou seja, não há necessidade de renovar o plantio todos os anos. Significa que o produtor arca com os custos de implantação apenas uma vez, depois mantém a área fértil com técnicas de adubação e corte.
“O material vai dar um volume de comida também grande por hectare e esse custo, quando dá um volume grande, também cai. Então, para o produtor, seria um material de menor risco, um material que vai dar bastante volume e que o custo por quilo vai ser um pouco menor do que esses outros materiais”, complementou Lima.

Foto: IDR-PR
Pronunciamentos – Ao falar sobre a importância do dia de campo, o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Martins, destacou a necessidade de valorizar a pesquisa e buscar novos conhecimentos, práticas essenciais para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
A diretora de pesquisa do IDR-PR, Vânia Moda Cirino, apontou a variedade BRS Capiaçu como alternativa viável e rentável para os pecuaristas. Também chamou a atenção dos participantes do dia de campo para a relevância do trabalho desenvolvido pela equipe técnica do escritório regional de Paranavaí.
Diretor-técnico da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Rafael Meyer de Matos elogiou a aproximação dos pesquisadores com os produtores. Eventos como o dia de campo realizado na semana passada garantem o desenvolvimento da pecuária, afirmou.
Cooperativismo – Também na semana passada, O IDR-PR promoveu em Paranavaí o Seminário Macrorregional de Cooperativismo. Durante o evento, os participantes falaram sobre produtos, estratégias de negócios e mercados; programa Coopera Paraná; políticas públicas; formação cooperativista; e comercialização.































