MONIQUE MANGANARO
E REINALDO SILVA
Da Redação
Dentro da sala de aula, a professora Marilza Benedetti descreve cada etapa. Título, primeiro parágrafo, corpo do texto, conclusão. Do outro lado, os estudantes, com um jornal em mãos e os ouvidos atentos.
Foi assim, conhecendo cada um dos processos de produção de uma notícia, que os alunos do 5º ano da Escola Municipal Cecília Meireles se prepararam para escrever os textos que vão concorrer ao prêmio do Semeando Leitores.

Foto: Ivan Fuquini
Nesta semana, o Diário do Noroeste esteve nas escolas da rede municipal de ensino de Paranavaí para acompanhar o trabalho dos alunos na execução da tarefa e mostrar de perto o principal produto do DN: o jornal impresso. O objetivo era inserir as crianças no universo da informação por meio de um material incomum para elas. A maioria nunca teve acesso.
Aos 11 anos, a estudante Nina Amorim Cordobé encontrou na produção a oportunidade de descobrir curiosidades sobre a própria família. A menina escolheu noticiar uma história pessoal e, durante o processo de pesquisa das informações, foi apresentada a uma nova realidade. “Eu não sabia que eu vinha de descendentes de holandeses e espanhóis. Achei muito legal descobrir”, disse.

Foto: Ivan Fuquini
Familiarizada com o tema, o processo de escrita foi prazeroso e muito tranquilo, segundo ela. “Essa especialmente não [achei difícil], porque eu trabalhei com os pais, né? Eu estudei sobre o tema e então eu achei mais fácil. Gostei bastante.”
Instrumento de ensino – Ao longo da semana, além de fonte de informação, o Diário do Noroeste se tornou instrumento de ensino. A presença do jornal dentro das salas de aula deu suporte para o conteúdo que já vinha sendo ensinado pelos professores e tornou palpável o conhecimento que, até aquele momento, ainda era abstrato para muitos.
A ferramenta colabora para que o trabalho seja aprimorado, avaliou Maria Tereza Pátaro, diretora da Escola Municipal Dácia Figueiredo Fortes. “Muitas vezes a gente tem que imprimir uma reportagem para trazer para a sala de aula. Quando você traz o jornal, eles têm uma vivência da realidade. E para muitos é novidade, nunca pegaram um jornal impresso em mãos.”

Foto: Ivan Fuquini
De acordo com a educadora, ações como o Semeando Leitores impulsionam e valorizam o trabalho realizado diariamente pelos docentes e estimulam os estudantes a pensar criticamente sobre as atividades que desenvolvem. “Muitos escrevem apenas para serem avaliados, e quando eles têm uma razão para escrever, é de uma forma diferente. Incentiva, acende a vontade da escrita”, afirmou.
Professora do quinto ano na mesma escola, Karine Dantas tem acompanhado de perto a evolução dos estudantes. Impulsionados pela participação no projeto, os alunos se dedicam a melhorar a habilidade para entregar redações capazes de chegar à final do concurso.

Foto: Ivan Fuquini
A iniciativa, segundo ela, arremata um trabalho desenvolvido ao longo de todo o ano letivo, validando o objetivo da iniciativa em contribuir para a formação acadêmica das crianças. “A gente já realiza um projeto de literatura com eles e tem trabalhado a escrita e a leitura desde o começo do ano, e essa produção de texto está somando positivamente.”
Etapas finais – Os estudantes participantes da terceira edição do Semeando Leitores estão próximos de finalizar as produções. Após muitas pesquisas, rascunhos e correções, os alunos precisam colocar no papel os textos que serão submetidos à avalição da comissão julgadora.
Um grupo composto por representantes da Secretaria Municipal de Educação e do Diário do Noroeste vai escolher o vencedor.
O resultado do projeto será revelado em 4 de dezembro, com a divulgação do texto ganhador e premiação. Além dos prêmios para o estudante vencedor, o professor responsável pelo aluno ganhará um prêmio de R$ 1 mil. Outros R$ 1 mil serão sorteados entre os professores, diretores e alunos participantes da edição.


































