REINALDO SILVA
Da Redação
Imagine pagar R$ 300 em um par de tênis que chegou a custar R$ 15 mil. Parece bom demais para ser verdade, não é? Descontos tão significativos geram desconfiança e provocam investigações. Foi assim que a Polícia Civil e o Procon de Paranavaí chegaram a uma empresa que vendia calçados falsificados. A operação conjunta contou com apoio da Guarda Municipal e do Grupo de Proteção à Marca (BPG).
A apreensão de mais de 4.700 pares de calçados na última quinta-feira (6) expôs a necessidade de intensificar a fiscalização e, assim, garantir a preservação das marcas – não apenas pelos direitos sobre a propriedade intelectual, mas também pela saúde dos consumidores.
“Pirataria também é questão de saúde pública”, disse o coordenador do Procon de Paranavaí, Alexandre Costa Santos. “Você vai comprar um tênis e, de repente, tem um mais alto que o outro. Eles não passam por verificação. Você vai andar fora do seu padrão, fora do padrão do seu corpo, então pode desenvolver problema nos pés, nas pernas ou na coluna.”

Foto: Ivan Fuquini
Mas como é possível identificar produtos falsificados? O primeiro ponto é comparar os preços: desconfie de produtos com valores muito abaixo do mercado. Depois, verifique a qualidade, preste atenção nos detalhes, no acabamento, nos símbolos; normalmente, a falsificação deixa imperfeições. Teste, experimente. E sempre peça a nota fiscal.
Denúncia – O coordenador do Procon de Paranavaí informou que a ação de quinta-feira foi resultado de uma denúncia feita no início do ano. Antes de deflagrar a operação, o órgão de defesa do consumidor, a Polícia Civil e o BPG trocaram informações, fizeram análises técnicas e produziram laudos que atestaram a falsificação.
Outras empresas estão na mira do Procon de Paranavaí, mas Santos não deu detalhes sobre novas ações que possam levar à apreensão de produtos falsificados.
“[A primeira operação] foi basicamente um laboratório, porque a gente nunca tinha feito esse tipo de ação, com laudos, com tanto suporte”, destacou o coordenador do Procon. A continuidade do trabalho será também uma resposta aos esforços do BPG para eliminar a pirataria do mercado.

Foto: Procon
O alerta do coordenador do Procon é: “Se alguém está pretendendo praticar algo ilícito, fica sujeito a esse tipo de operação também. Toda e qualquer loja, todo e qualquer comerciante, todo e qualquer fornecedor está sujeito a esse tipo de situação se fizer a coisa errada. Se fizer tudo certo, nunca vai precisar se preocupar com a gente”.
Destinação – Por força de lei, os produtos piratas apreendidos em operações como a de quinta-feira devem ser eliminados. No entanto, a quantidade de calçados apreendidos levantou a possibilidade de distribuir para pessoas que vivem em condição de vulnerabilidade. Tudo dependerá de como o processo judicial será conduzido e que conclusão terá.
Se o entendimento for favorável, inclusive com aval das empresas fabricantes, os produtos passarão por análises e terão as marcas falsificadas descaracterizadas, para que não haja qualquer vínculo com itens originais.
De acordo com Santos, tanto o Procon de Paranavaí quanto a Polícia Civil estão empenhados para fazer com que essa ideia se concretize.

































