LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) recebe até esta sexta (21) as inscrições para o concurso que prevê 206.891 vagas de trabalho temporário nas operações do Censo Demográfico 2022. Há oportunidades para recenseadores e agentes censitários.
Mais de 900 mil inscrições foram realizadas até o final da manhã de segunda-feira (17), segundo o instituto. O IBGE pretende alcançar pelo menos 1 milhão de participantes e espera um ritmo maior de adesões na reta final do prazo do processo seletivo.
As inscrições podem ser feitas até as 16h de sexta-feira no site da organizadora do concurso, a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O Censo é considerado o levantamento mais detalhado sobre as características demográficas e socioeconômicas do país. As informações apuradas servem como base para políticas públicas e podem influenciar até decisões de investimento de empresas em determinadas regiões.
VAGAS E SALÁRIOS
As 206.891 vagas de trabalho temporário são divididas da seguinte forma: 183.021 para recenseadores, 18.420 para a função de ACS (agente censitário supervisor) e 5.450 para a tarefa de ACM (agente censitário municipal).
No caso dos recenseadores, a estimativa de duração dos contratos é de até três meses, com possibilidade de prorrogação. Para os agentes censitários, o prazo previsto é de cinco meses e também há chance de prorrogação.
Na seleção de recenseadores, os candidatos precisam ter ensino fundamental completo. Esses profissionais vão atuar diretamente na coleta de informações do Censo em mais de 70 milhões de domicílios espalhados pelo Brasil, afirma o IBGE.
Os salários dos recenseadores serão variáveis, de acordo com a produção (quanto mais entrevistas fizer, mais recebe). É possível simular a remuneração no site do Censo 2022. A carga horária semanal é indicada em 25 horas de trabalho.
Já as vagas de ACM e ACS são de nível médio. Os salários são de R$ 2.100 e R$ 1.700, respectivamente.
Com remuneração maior, o ACM gerencia o trabalho dos postos de coleta de informações do Censo. Enquanto isso, o ACS, subordinado ao ACM, tem como principal função orientar os recenseadores durante a execução das atividades de campo.
Como as vagas de agente censitário terão inscrição única, os postos de ACM serão oferecidos aos candidatos com melhor classificação no concurso.
Os demais aprovados terão direito aos cargos de ACS, seguindo a ordem de desempenho na seleção.
Das cerca de 900 mil inscrições feitas até o final da manhã de segunda-feira, 476,4 mil foram para as vagas de recenseador, e 423,7 mil, para as oportunidades de agente censitário.
DATA DAS PROVAS E TAXAS DE INSCRIÇÃO
Inicialmente, o prazo de inscrições do concurso iria até 29 de dezembro de 2021. Contudo, o IBGE precisou estender o intervalo até 21 de janeiro de 2022 para ampliar o número de participantes.
Com o novo calendário, a data das provas também foi alterada: passou de 27 de março para 10 de abril. O resultado final deve ser divulgado em 20 de maio.
Os candidatos podem concorrer nos dois processos seletivos, já que as provas ocorrem em turnos diferentes, diz o IBGE.
Os exames dos recenseadores estão previstos para a parte da manhã. Já as provas dos agentes censitários estão agendadas para o turno da tarde.
A taxa de inscrição é de R$ 57,50 para recenseadores e de R$ 60,50 para agentes censitários.
Os valores podem ser quitados até 16 de fevereiro. Há possibilidade de isenção de taxa para pessoas de baixa renda.
COMO SERÃO AS PROVAS
Os candidatos às vagas de recenseador serão selecionados por meio de uma prova objetiva. O exame terá dez questões de língua portuguesa, dez de matemática, cinco sobre ética no serviço público e outras 25 sobre conhecimentos técnicos.
Segundo o IBGE, os aprovados nessa etapa também receberão um treinamento -presencial e remoto- de caráter eliminatório e classificatório, com duração de cinco dias e carga de oito horas diárias.
O instituto afirma que os candidatos que tiverem no mínimo 80% de frequência no treinamento receberão uma ajuda de custo para transporte e alimentação. As contratações devem ocorrer logo em seguida, conforme o órgão.
Já os candidatos para as funções de agente censitário farão uma prova objetiva com dez perguntas de língua portuguesa, dez de raciocínio lógico quantitativo, cinco sobre ética no serviço público, 15 sobre noções de administração/situações gerenciais e 20 sobre conhecimentos técnicos.
Os gabaritos preliminares devem ser divulgados no dia seguinte à aplicação dos exames.
DICAS PARA O CONCURSO
O IBGE produziu uma apostila específica sobre os conhecimentos técnicos exigidos no concurso. O material pode ser consultado no site da seleção, assim como o código de ética dos servidores do instituto.
O professor Luiz Rezende, do AlfaCon, que prepara candidatos para concursos, recomenda estudar a apostila, além de se dedicar a todos os temas que serão cobrados nas provas, sem escolher temas. “A ideia é estudar tudo e ir revisitando os assuntos até a data das provas.”
Segundo o professor, é interessante revisar os conteúdos técnicos no intervalo de 15 a 20 dias antes das provas, em uma tentativa de deixar a aprendizagem mais fresca na memória.
Mais detalhes sobre os critérios de avaliação podem ser consultados no edital do concurso.
IMPASSE COM O GOVERNO FEDERAL
O Censo costuma ocorrer de dez em dez anos. A nova edição estava prevista para 2020, mas foi adiada por causa da pandemia de coronavírus.
Em 2021, a falta de Orçamento por parte do governo federal impediu a realização da contagem da população. Os recursos para a pesquisa em 2022 foram liberados após o STF (Supremo Tribunal Federal) ser acionado.
Os dados do Censo balizam, por exemplo, os repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), fonte de recursos para as prefeituras.
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