REINALDO SILVA
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O Comitê de Operação Emergencial (COE) de Paranavaí prevê para esta semana uma nova reunião a fim de discutir o avanço da pandemia de Covid-19. Um dos assuntos em pauta deve ser a realização de eventos com aglomerações de pessoas.
O grupo é formado por representantes de diferentes segmentos do setor público e da iniciativa privada e iniciou as atividades em 2020, quando Paranavaí registrava os primeiros casos da doença. Desde então, os integrantes do COE contribuíram para definir as medidas de contenção do coronavírus.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Paranavaí, a última reunião presencial foi em 16 de julho de 2021. As deliberações posteriores aconteceram de forma online, através de grupos de mensagens e encontros remotos.
O crescimento de casos ao longo deste mês reacendeu a necessidade de retomar as discussões técnicas de maneira mais efetiva. Por enquanto, não há confirmação sobre o formato do encontro do COE, mas espera-se que seja presencial.
Dados da Prefeitura de Paranavaí mostram que de 1º a 22 de janeiro, foram 3.422 diagnósticos positivos de Covid-19. Em períodos mais críticos da pandemia, a Secretaria de Saúde chegou a contabilizar, em único mês, 2.679 casos (maio de 2021) e 2.699 confirmações (junho de 2021).
Internações hospitalares – O cenário era diferente no primeiro semestre do ano passado. Com a estratégia de vacinação ainda caminhando lentamente, mais pessoas manifestavam sintomas graves da doença e precisavam de internação hospitalar. Para se ter uma ideia, nos dia 29 e 30 de junho, a Santa Casa de Paranavaí teve 100% dos leitos ocupados por pacientes de diferentes municípios. À época, a Ala Covid-19 tinha 30 vagas entre UTI e Enfermaria.
Com o avanço da imunização, o número de pessoas com complicações em decorrência do coronvaírus diminuiu. Foi possível ao Governo do Estado descredenciar a Ala Covid da Santa Casa de Paranavaí e os pacientes agora ficam em quartos isolados e não mais em um setor específico. Na tarde de ontem (24), eram cinco pessoas internadas em leitos de Enfermaria. A infectologista Gislaine Erédia resumiu a situação: “Em outros períodos, tínhamos menos casos e mais internações”.
Vacina – A maioria dos pacientes que precisam ser hospitalizados não tomou sequer uma dose da vacina ou não completou o esquema de imunização. Há também aqueles que apresentam comorbidades que impedem a ação da vacina no organismo.
De acordo com a médica da Santa Casa, o comportamento da variante Ômicron, predominante no Brasil nos dias atuais, é menos severo do que as anteriores. “A vacina é a cereja do bolo, digamos assim.” Gislaine Erédia explicou que o vírus perdeu força. Quem está imunizado recebe menor carga viral, mantém os sintomas da doença por tempo mais curto e transmite menos.
Cuidados – A infectologista pediu para a população seguir com as medidas de prevenção à Covid-19. “Os cuidados são os mesmos de antes.” É necessário usar máscara de proteção facial cobrindo boca e nariz, higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel e manter o distanciamento.
Na semana passada, com o argumento de conter a disseminação do vírus e reduzir as aglomerações, o prefeito de Santa Cruz de Monte Castelo, Francisco Antônio Boni (Fran), decretou a suspensão de eventos com mais de 200 pessoas.
A decisão anunciada por Fran Boni impactou diretamente em uma das principais feiras agropecuárias da região, a Expo Monte Castelo, que chegaria à 15ª edição. A programação previa atividades de 26 a 30 de janeiro.
Em Paranavaí, pelo menos até agora, não há indicação de interferência na realização da 50ª edição da ExpoParanavaí, de 3 a 13 de março. A diretoria da Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, organizadora do evento, mantém toda a programação.