REINALDO SILVA
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Paranavaí aguarda a liberação dos recursos do Governo do Estado para começar a construção de um parque de lazer na Vila Operária, no terreno utilizado para descarte de lixo. O investimento será de aproximadamente R$ 9 milhões. A expectativa é que a autorização seja assinada nos próximos dias, permitindo, então, que a Administração Municipal dê sequência ao processo de licitação para contratar a empresa executora das obras.
O repasse da verba foi anunciado em janeiro de 2021 pelo secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, parte do programa Parques Urbanos, lançado em 2019. O objetivo é incentivar a criação de ambientes de lazer e turismo em regiões de fundo de vale ou áreas de erosão, promovendo, ao mesmo tempo, a conservação ambiental.
O novo parque oferecerá à comunidade espaços para práticas esportivas: campo de futebol, quadras de vôlei, de tênis e poliesportiva, pistas de skate e de caminhada, academia da terceira idade, playground, vestiários e sanitários.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Walther Barbosa de Camargo Neto, após a liberação do dinheiro, a conclusão dos trâmites licitatórios e a assinatura da ordem de serviço, a previsão é que as obras terminem em dois anos.
A construção do parque de lazer garantirá a conservação do solo e da água, já que atualmente o terreno na Vila Operária recebe os mais diversos tipos de resíduos sólidos, desde entulhos e descartes de construção civil até materiais orgânicos. Já são mais de 30 anos desde que o espaço começou a ser utilizado como depósito de lixo.
Durante todo esse período, as camadas de resíduos e terra foram se misturando, dando características peculiares ao terreno. Foi preciso fazer uma avaliação técnica do solo a fim de definir o tipo de construção adequada. Segundo Camargo Neto, o estudo terminou em novembro do ano passado.
Enquanto as obras não começam, há quem encontre no lixão da Vila Operária o sustento para o dia a dia, caso de Adeildo Madalena da Silva. Ele separa os materiais descartados no local e os embala para a venda. São destinados a cooperativas e ferros-velhos.
Faz dez anos que está ali e não se importa em dividir o espaço de trabalho com aproximadamente 15 pessoas. “Cada um tem o seu salário.” Aponta o dedo indicador para a frente e para os lados, delimitando a própria área de atuação, e mostra também o limite dos companheiros.
Silva conta que, da mesma forma que ele, alguns são funcionários de empresas e terão emprego garantido quando a construção do parque começar. Outros têm no lixão da Vila Operária a única fonte de renda. “Para eles vai ser mais difícil”, lamenta.
Com o fim do descarte no terreno, a proposta da Prefeitura de Paranavaí é criar espaços específicos para as pessoas depositarem alguns resíduos sólidos que usualmente são jogados na Vila Operária. Os chamados Ecopontos servirão como incentivo para que os moradores deem a destinação correta para o lixo.