NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (11) que o pico de inflação no Brasil deve ocorrer entre abril e maio. As projeções anteriores da autoridade monetária indicavam o ápice entre dezembro de 2021 e janeiro deste ano.
Em evento da Esfera Brasil sobre política monetária, Campos Neto apontou como motivos para a revisão da estimativa o aumento no preço do petróleo -cotado acima de US$ 90- e a quebra de safra -com seca no Sul e excesso de chuva em partes do Sudeste, do Nordeste e do Centro-Oeste.
O presidente do BC reconheceu que fatores internos se somaram ao fenômeno global como parte do choque de inflação, mas avaliou que o Brasil saiu na frente em comparação a outros países com a elevação de juros. Segundo ele, o BC vai usar todas as ferramentas para trazer inflação para a meta.
“A gente entendia que ia ter um elemento mais persistente. É verdade que a memória inflacionária do Brasil faz com que a reação do BC seja um pouco diferente. Mas a gente acha que está mais acelerado no ciclo de aperto, vai depender de como isso se comporta no mundo desenvolvido, mais específico nos Estados Unidos”, afirmou.
Campo Neto disse também que incertezas fiscais impactam a parte longa da curva de inflação e referiu-se indiretamente à PEC dos Combustíveis, projeto defendido por parte do governo para reduzir a tributação sobre combustíveis.
Segundo o presidente do BC, a adoção de medidas para reduzir os preços de produtos no curto prazo não geram efeito estrutural sobre a inflação, reforçando o posicionamento apresentado na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na última terça-feira (8).
No evento desta sexta, Campos Neto pontuou ainda que a aceleração da inflação global está muito mais vinculada à demanda do que a problemas de oferta por causa da pandemia de Covid-19. “Quem acreditou que inflação era um tema de oferta está revendo os conceitos”, disse.
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