*Edson Godinho
Nas páginas anteriores, conhecemos um pouco mais sobre Antônio e sua paixão de adolescência Marisol.
Também nos inteiramos, que Zulma, mãe de Antônio, e Marisol mataram a facadas Paulo, pai de Antônio, marido de Zulma e amante de Marisol.
Zulma sempre foi estimulada a dizer sim, para o pai, para os irmãos, e para qualquer homem que estabelecesse uma relação de poder em seu convívio diário.
Paulo e Zulma tiveram como a maior parte das pessoas de sua geração um casamento arranjado pela família. Zulma nunca gostou de Paulo, tão pouco sentiu atração sexual pelo marido. Sexo para Zulma era apenas uma obrigação como esposa, uma das piores obrigações que ela tinha que cumprir.
A mãe de Zulma, dona Izidra, não ofereceu para filha muitas ferramentas para a felicidade. Ela também era fruto de uma criação repressora e vivia um casamento obrigatório.
Paulo não era violento com Zulma, era apenas amorosamente indiferente. Tiveram 10 filhos, fruto da compulsão sexual de Paulo. O sexo para Zulma era repulsivo, mas ser mãe era o maior prazer de sua existência, sentia pelos filhos um amor transbordante nunca antes experimentado na vida. Sendo assim, pouco importava para Zulma as obrigações sexuais, ou as amantes que eventualmente seu esposo tinha.
Porém a sensação mais plena e prazerosa que Zulma sentiu na vida foi matar seu marido junto a Marisol. As duas facadas que foram desferidas por Zulma foram como um ato de limpeza de todo nojo que ela sentia de Paulo.
Caro (a) leitor (a) caso hoje Zulma ainda estivesse viva sua plenitude seguiria acompanhando seus passos.
Até a semana que vem com mais uma página do Diário Solitário. E você, quer me contar sua história?
Caso queira, meu e-mail está à sua disposição.
*Edson Godinho é artista visual, filmmaker, entusiasta, performer e professor. Mais informações e trabalhos em www.edsongodinho.com / eu.edsongodinho@gmail.com