DA FOLHAPRESS
A federação de futebol dos Estados Unidos e a seleção feminina de futebol do país chegaram a um acordo nesta terça-feira (22) sobre a disputa por igualdade salarial. No imbróglio, que já dura seis anos, as americanas exigem a equiparação de seus salários e premiações com os da seleção masculina.
O acordo fixou o pagamento de US$ 24 milhões (R$ 122 milhões) a um grupo formado por atletas em atividade e outras já aposentadas, além da garantia por parte da US Soccer, a federação americana, de que os salários serão equiparados a partir do novo acordo coletivo firmado entre o sindicato das jogadoras profissionais e a entidade.
“Não foi um processo fácil chegar a esse ponto, certamente”, disse a presidente da US Soccer, Cindy Parlow Cone, campeã mundial e bicampeã olímpica como jogadora da seleção. “O mais importante é que estamos avançando, e avançando juntos.”
A inesperada vitória das atletas foi bastante celebrada por uma de suas líderes, Alex Morgan, bicampeã mundial e medalhista de ouro olímpica com os Estados Unidos.
“É uma vitória monumental para nós e para as mulheres”, afirmou a atacante de 32 anos, que hoje atua no San Diego Wave, equipe da liga feminina americana.
Os sindicatos feminino e masculino de futebol já realizaram sessões de negociação conjuntas com a federação americana, mas para que o acordo seja cumprido pela entidade, os homens provavelmente terão que dividir ou ceder parte de seus possíveis ganhos com os pagamentos feitos pela Fifa relacionados à Copa do Mundo, por exemplo.
O Mundial masculino movimenta uma quantidade significativamente maior de dinheiro do que a disputa feminina do torneio.
Na última edição da Copa feminina, em 2019, vencida pelas norte-americanas na França, a Fifa distribuiu US$ 30 milhões (R$ 152 milhões na cotação atual) entre as 24 seleções participantes. Já na última edição masculina da competição, em 2018, na Rússia, o bolo dividido pela entidade entre as 32 seleções foi de US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões).