Miolos, é claro, todos temos e não falo do de pão, nem da polpa de certas frutas, mas da massa encefálica, o cérebro da inteligência, juízo, do lugar onde se guarda a personalidade. Diante de certas ações humanas que se têm conhecimento, achamos que nem todos os cérebros funcionam iguais.
Enquanto sua substância cinzenta (neurônios) se relaciona com processamento e conhecimento, a substância branca (comunica o córtex a órgãos sensoriais) e modula a distribuição de ações potenciais, como um relé que liga e desliga, coordenando a ligação entre diferentes regiões cerebrais. O cérebro tem cara de noz, pesa como um frango assado e nessa bola gelatinosa, protegida pela couraça do crânio, está guardado tudo o que comanda nossos atos e intenções: o pensamento, as emoções, as lembranças, os movimentos, conscientes ou não, – desde a sensação gostosa ao ver dos olhos de alguém brilharem nos seus, até as batidas mais fortes do coração na hora do bem bom.
Graças ao cérebro o corpo respira, transforma a comida em energia e nos faz dormir e acordar; é pois, é um órgão porreta! Quando usado certo, então, sem muita delonga, conclui-se que basta um gesto, um olhar ou uma palavra para que nossos miolos, possam descobrir o caráter – que é a essência da personalidade de um indivíduo.
Recentemente assistimos ao grotesco praticado pelo Deputado por São Paulo, pelo Podemos, Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”, no infeliz episódio em que, se deixando levar pela misoginia, machismo exacerbado e mau-caratismo, mostrou pelas redes sociais ao Brasil e ao mundo esse desvio desprezível de personalidade, que entre nós recebe o nome de canalhice.
Que ninguém é perfeito e dê lá suas mancadas, não se discute, mas, considerando o conjunto de fatos e atos, e a maneira de como aqueles aconteceram, tem que se admitir que a indignação que tomou de chofre a população, e provocou reação espontânea mostrando que de personalidade badalada e até pretenso candidato ao governo daquele estado, tornou-se escória no sentido literal da palavra; e por mais que faça, se desculpe ou se arrependa, como deputado, já era! Que curta longe de nós sua bestialidade.
Nem é preciso reprisar o que foi dito e feito. A justiça e seus pares na Assembleia estão cuidando disso com desfecho previsto para próximo. Mas, o que pensar diante de uma situação dessa? A personalidade adoece ou ela é modificada pelo meio? Como justificar atitude tão vil? Com a resposta os psiquiatras etiológicos.
Todavia e de consciência tranquila, pode-se afirmar que o personagem em pauta ao invés de neurônios e demais componentes do cérebro, deve ter no seu crânio miolos de penico.