Depois de várias semanas em que as previsões apontavam queda na área de plantio de mandioca e sem nenhuma perspectiva de reversão do processo, com redução na oferta de raiz para as indústrias, empresários do setor começam a ver uma sinalização de melhora a partir de 2023. A retomada do plantio do tubérculo deve-se à oferta de terras para arrendamento, com preços bem menores dos que vinham sendo praticado. Além disso, a frustração da safra de grãos pode contribuir para produtores rurais voltarem ao plantio da mandioca.
Esta possibilidade foi discutida na reunião desta sexta-feira (01) do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP). “Por enquanto são tendências, que precisam se confirmar. E para isso as condições climáticas também tem que estar favoráveis”, opina o presidente da entidade, João Eduardo Pasquini.
O tema foi levantado pelo ex-presidente Guido Bankhardt. Ele informou que um ataque de lagartas nas pastagens causou graves estragos. Tem umas que não tem mais recuperação. Estas terras estão sendo oferecidas para o plantio da mandioca e os preços estão mais baixos”, disse ele.
A dificuldade em receber e contratar o seguro agrícola das lavouras de soja e milho perdidas por causa da seca deve contribuir para uma migração de produtores para a mandioca. As seguradoras estão demorando para ressarcir as perdas e estão se tornando mais exigente para fazer noivos contratos. De acordo com os agroindustriais, a seguradoras perderam o interesse pelo seguro agrícola e muitas dela devem parar de operar no setor. E quem ficar vai encarecer o produto.
Mas o presidente Pasquini acredita que a oferta de raiz da atual safra pode melhorar nas próximas semanas. “Na verdade, está acabando a colheita de soja e do milho. Alguns produtores que também plantam mandioca vão começar a colhe-la agora. Acho que já nas próximas semanas deve começar a oferta”, acredita ele.
Mas para o segundo semestre a previsão continua de escassez da raiz, consequência da redução da área plantada no ano passado. Se houver uma retomada no plantio, as novas áreas começarão a ser plantadas na virada do semestre e suas consequências aparecerão no segundo semestre de 2023. “É preciso que as condições do tempo na época do plantio estejam favoráveis para se confirmar esta previsão”, adverte Pasquini.