JOSÉ MATHEUS SANTOS
RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou amenizar nesta quinta-feira (7) a sua declaração de estímulo para que a militância petista pressione as famílias de deputados sobre projetos em tramitação no Congresso.
Além disso, na mesma entrevista desta quinta, o petista se posicionou pessoalmente contra o aborto e defendeu o tratamento para mulheres que realizarem o procedimento na rede pública de saúde. Mais uma vez Lula buscou explicar uma declaração que havia dado nesta semana e provocado reações.
Lula havia estimulado seus militantes a pressionar os parlamentares, com uma fala que provocou reação sobretudo de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). Alguns deles insinuaram que poderiam receber com armas quem fosse pressionar por projetos nas suas residências.
“Se a gente mapeasse o endereço de cada deputado e fossem 50 pessoas na casa, não é para xingar não, é para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele, surte muito mais efeito do que fazer a manifestação em Brasília”, disse o presidente na última segunda-feira (4).
Nesta quinta, Lula reafirmou a sugestão de que o público possa conversar com os congressistas, mas sugeriu que isso ocorra de forma civilizada, após bater palmas na porta da casa dos deputados.
“Eu disse que, ao invés de gastar fortuna indo para Brasília fazer protesto, porque quando a gente está dentro do Congresso a gente não vê o protesto, todo deputado e senador mora numa cidade”, disse.
“Não custa nada o povo que está reivindicando ir conversar na porta da casa dele de forma civilizada”, completou Lula em entrevista à Rádio Jangadeiro BandNews, de Fortaleza.
“Não custa nada, o cidadão vai lá, bate palma, o deputado sai de forma civilizada, atende os eleitores, pergunta o que eles querem, eles vão dizer que não querem que aprove determinada lei e o deputado diz se vai votar ou não. Qual o mal nisso, ou será que o deputado vai votar escondido?”, indagou.
“Lamentavelmente, me parece que tem deputado que não quer conversar com o povo, só na época das eleições”, disse Lula, tentando amenizar a declaração anterior dada em tom de ameaça.
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