A Santa Casa de Paranavaí realizou na tarde de ontem, através de empresa terceirizada, uma panfletagem nas ruas do centro da cidade. O material aponta as dificuldades vividas pelos hospitais filantrópicos, agravadas pela pandemia de Covid-19. Também pede o apoio da comunidade para divulgar o “tamanho” do déficit e conclama para a sensibilização da classe política.
O material de divulgação cita o desequilíbrio financeiro na relação com o SUS (Sistema único de Saúde), o que gerou déficit de R$ 20 bilhões e desequilíbrio anual de R$ 10,9 bilhões. O documento pretende ainda sensibilizar autoridades para que sejam alocados recursos de R$ 17,2 bilhões para custear o reajuste salarial de parte dos profissionais de saúde. Há um projeto de lei tramitando e que prevê o aumento salarial.
O panfleto indica que se não houver dinheiro para bancar novas e antigas despesas, há o risco de fechamento de hospitais filantrópicos. Hoje são 1.824 hospitais filantrópicos no país, 169 mil leitos e mais 26 mil leitos de UTI. Em 824 cidades só existem hospitais filantrópicos para acesso à saúde. Anualmente são mais de cinco mil internações, 1,7 milhão de cirurgias e mais de 280 milhões de atendimentos ambulatoriais.
Assinam o manifesto do movimento Chega de Silêncio, a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB); a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa); Santa Casa de Paranavaí.
Explicando – Gestores e Profissionais de saúde desenvolvem a campanha nacionalmente e expõem o que consideram a maior crise da rede hospitalar do SUS”.
Na Santa Casa de Paranavaí, o diretor-geral da Santa Casa, Héracles Alencar Arrais, gravou um vídeo mostrando as dificuldades que o setor atravessa e postou no grupo de funcionários do hospital.
Ele também se reuniu com as chefias dos setores para detalhar os problemas. A crise financeira se deu por conta do aumento de custos devido à pandemia de Covid-19. Por outro lado, houve perda de receita por casa da suspensão das cirurgias eletivas no período mais agudo da doença.