A maternidade é um sonho para muitas mulheres, mas ainda esbarra em dificuldades no mercado de trabalho. Segundo a última pesquisa “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pelo IBGE em 2021, 54,6% das mulheres entre 25 a 49 anos que têm filhos com até 3 anos não estão no mercado de trabalho contra 89,2% dos homens com a mesma situação.
Deixar os filhos em uma creche integral ou aos cuidados de uma avó acaba sendo a escolha para as mães que não querem abandonar o trabalho. Mas, a empreendedora Camile Just acreditava que era possível encontrar uma outra saída. Em 2015, quando sua primeira filha estava com 10 anos, resolveu seguir uma carreira autônoma como assistente virtual.
“Eu decidi que eu queria um trabalho que me desse mais liberdade, mais realização, eu não me sentia realizada no mercado formal de trabalho, eu queria passar mais tempo com a minha filha, queria explorar outros talentos e foi a carreira de assistente virtual que me permitiu isso”, conta a empreendedora, que que é mãe da Alice, com quase 17 anos, da Maria Luiza, com 1 ano e 2 meses, e está grávida de seis meses e espera o Pedro.
A sobrecarga e a falta de apoio são problemas enfrentados pelas mães no mercado de trabalho. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Filhos no Currículo, em parceria com o Movimento Mulher 360 e o Talenses Grupo, 90% dos pais acreditam que a empresa onde trabalham oferece apoio para as funcionárias que são mães. Mas, quando a mesma pergunta é feita para as mães, o índice cai para 68%.
Na época, a profissão de assistente virtual era ainda pouco conhecida no Brasil e despontava também como uma oportunidade que proporcionaria flexibilidade de horários e mais satisfação profissional. “Nessa transição de carreira um mundo se abriu e descobri habilidades e potencialidades que eu nem imaginava que tinha”, lembra a empreendedora.
Carreira profissional e maternidade em tempo integral
Após dois anos de atuação como assistente virtual e mãe em tempo integral, Camile Just começou a orientar outras mulheres que também desejavam mais tempo para a maternidade, mas sem abandonar a carreira profissional.
A profissão de assistente virtual permite à mulher trabalhar em casa, de maneira remota, oferecendo serviços administrativos, financeiros, comerciais, de atendimento ao cliente ou secretariado para clientes. A empreendedora ainda salienta que não é nem mesmo necessário ter uma graduação para atuar nessa área. “O trabalho da assistente virtual é baseado nas habilidades da pessoa e todo mundo tem alguma habilidade”, afirma Camile.
A própria experiência de gerir uma casa, de ser mãe, faz com que a mulher desenvolva várias habilidades essenciais para quem quer trabalhar como assistente virtual, segundo a empreendedora. “Nós, mulheres e mães precisamos nos valorizar. Devemos lançar mão de nossas habilidades para superar os obstáculos”, ressalta.
Fonte: Expressa Comunicação