(44) 3421-4050 / (44) 99177-4050

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Compartilhe:
Foto: Arquivo DN
Foto: Arquivo DN

DECRETO 12.686/2025

Diretora da Apae de Paranavaí defende amplo debate sobre a educação especial inclusiva

Em discurso na Câmara de Vereadores, Nadyeska Martinez questionou as diretrizes da nova política nacional e defendeu o direito de escolha das famílias sobre a matrícula escolar

REINALDO SILVA

Da Redação

“Quem redigiu o decreto não ouviu as pessoas com deficiência, as suas famílias e a rede educacional que busca atender com responsabilidade suas demandas.” A declaração contundente é da diretora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Paranavaí, Nadyeska Martinez, e faz referência ao Decreto 12.686/2025, que institui a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva e a Rede Nacional de Educação Especial Inclusiva.

O objetivo do governo federal é inserir estudantes com deficiência, transtorno do espectro autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação em classes e escolas comuns da rede regular, com o apoio necessário à participação, à permanência e à aprendizagem.

A nova política tem como princípios reconhecer a educação como direito universal e público, garantir a igualdade de oportunidades e condições de acesso, promover a equidade e a valorização da diversidade humana, combater o capacitismo e a discriminação e promover acesso a tecnologias assistivas.

“Isso significa”, diz a diretora da Apae de Paranavaí, “que o atendimento a esses estudantes não será separado da estrutura geral da educação, mas integrado ao sistema regular com apoio pedagógico e recursos específicos”.

Pronunciamento da diretora da Apae na Câmara de Vereadores foi na noite de segunda-feira
Foto: Câmara de Paranavaí

Até aí, tudo bem. O problema está nas possibilidades de interpretação do decreto. “No texto não está clara a continuidade do atendimento expresso como preferencial na rede regular de ensino, podendo transformar essa diretriz em uma obrigação.” Assim sendo, a nova política tiraria o direito de escolha das famílias de matricular os estudantes em escolas especializadas. A avaliação é que a obrigatoriedade sinaliza uma inclusão radical e sem suporte responsável.

Nadyeska Martinez aponta outra questão que considera problemática: a educação básica acolhe crianças e adolescentes de 4 a 17 anos em classes comuns da rede regular, mas a formação da pessoa com deficiência deve ser contínua e acompanhada – e não somente até a maioridade. Nesse sentido, a decisão do governo federal seria excludente.

Apesar das controvérsias, a diretora da Apae de Paranavaí é categórica: “Mesmo que a política pública de educação se concentre em garantir a matrícula na rede comum, as Apaes continuam existindo e prestando outros tipos de serviços fundamentais às pessoas com deficiência e a suas famílias, mas não prestará mais o serviço como escola especializada”.

Segundo ela, as Apaes do Paraná não se limitam à oferta de ensino; garantem também atendimentos nas áreas de saúde, assistência social, psicologia, fisioterapia e fonoaudiologia, além de programas voltados à inclusão profissional e à autonomia das pessoas com deficiência.

O pronunciamento enfático de Nadyeska Martinez foi feito na última segunda-feira (3), na Câmara de Vereadores de Paranavaí, antes do início da sessão ordinária, a convite do parlamentar José Galvão, defensor da causa das Apaes.

Compartilhe: