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ARTIGO

Maria é mãe do povo fiel?

Até parece que o papa ouviu os protestantes e evangélicos em uma queixa antiga e persistente: não há como Maria ser corredentora, nem medianeira. Embora o papa não se guie pelo que pensam os que estão fora da Igreja, sua origem norte-americana deve ter pesado na hora de assinar, afinal é um tema presente nos últimos 30 anos. E, no dia 7 de outubro, o Papa Leão XIV aprovou a Nota “Mater Populi fidelis” (Mãe do Povo fiel), sobre a cooperação de Maria na obra da Salvação.

Maria é contemplada com afeto e admiração pelos cristãos porque é a expressão mais perfeita de tudo quanto pode operar a graça de Cristo no ser humano. (MPf 1). Tradicionalmente, a cooperação de Maria ocorre na Redenção de Cristo, durante sua vida e na Páscoa, atestada nas Escrituras, e a influência que ela tem atualmente (MPf 4). Assim, Maria é prefigurada em Gn 3,15, porque é a mulher que participa da vitória definitiva contra a serpente. Por isso, não chama a atenção que Jesus se dirija a Maria com a denominação de “Mulher” na cena do Calvário (Jo 19,26), como já o fizera em Caná (Jo 2,4) (MPf 5).

Ali, na Hora da Cruz, ela novamente pronuncia o “sim” da Anunciação nesse momento sagrado que o Evangelho apresenta-a como “Mãe” (Jo 19,27). O Evangelho, como resposta, utiliza um verbo que assume o sentido de “acolher” (labon, ἔλαβεν, παρέλαβον, ἔλαβον etc.) na fé (cf. Jo 1,11-12; 5,43 e 13,20). Só então Jesus reconhece que “tudo se consumara” (Jo 19,28). De modo semelhante, o Apocalipse apresenta a “Mulher” (Ap 12,1) como mãe do Messias (cf. Ap 12, 5) e como mãe do “resto da sua descendência” (Ap 12, 17) (MPf 6).

E Maria ainda é a “testemunha privilegiada” dos eventos narrados nos Evangelhos (cf. Lc 1-2; Mt 1-2) que marcaram a concepção, o nascimento e a infância de Jesus. E, ainda junto à cruz (Jo 19, 25) e no Pentecostes (Act 1, 14) (MPf 7).

Em Lucas, Maria é a nova Filha de Sião que recebe e transmite a alegria da salvação (cf. Sf 3,14-17; Zc 9,9). Nela se cumprem as promessas que fizeram saltar de alegria João Batista (cf. Lc 1, 41). Isabel apresenta-se como indigna de recebe sua visita (Lc 1, 43). E ela não diz: “Donde me é dado que venha ter comigo o meu Senhor?”. Refere-se diretamente à mãe. Isabel fala cheia do Espírito Santo (cf. Lc 1, 41): “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1, 42). Chama a atenção que não lhe baste chamar de “bendito” a Jesus, mas também a mãe. E Maria aparece como a “Feliz” por excelência: “Feliz de ti que acreditaste” (Lc 1, 45); “o meu espírito se alegra” (Lc 1, 47); “me chamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lc 1, 48). Esta felicidade (cf. Lc 6, 20-23) é o cumprimento das promessas messiânicas nos pequenos, que têm uma grande recompensa no céu (MPf 8).

Já nos primeiros séculos, interessaram-se pela maternidade divina de Maria (Theotokos), pela sua virgindade perpétua (Aeiparthenos), pela sua perfeita santidade durante toda a sua vida (Panagia) e pela sua função de nova Eva, vários Pais da Igreja primitiva, como S. Justino, S. Irineu de Lião, e Tertuliano.

*Mario Eugenio Saturno (fb. com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

Fonte: Mario Eugenio Saturno

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