Aleksa Marques / Da Redação
Todo ano é aquela velha história. As mães ficam na esperança de ganhar aquele celular novo, uma roupa toda sofisticada ou então aquela viagem dos sonhos para a praia com tudo pago. Mas, sem dó nem piedade, a realidade bate à porta e, escondida no papel de embrulho está a nova panela antiaderente “tão esperada” por ela. “Nossa, meu filho! Como você adivinhou?”, pergunta ela com um sorriso amarelo tentando fingir um estado de surpresa, porém feliz por ter sido lembrada.
Não levem a mal as mães que querem uma panela nova e que renderia um belo almoço de domingo, mas geralmente o desejo neste dia é mais voltado à figura materna, a ela como mulher dedicada que cuidou e cuida tanto de você. No mínimo um presente fofo que demonstre carinho, um perfume cheiroso que leva a memória a lugares confortáveis ou então um cartão de crédito sem limites. Coisas básicas.
Tem também a mãe que sempre fala a mesma coisa: “Oh meu filho, não precisa de nada. Você é o meu maior presente”, mas não recusa a lembrancinha que a gente compra. Ou então aquela mãe que faz questão de deixar muito claro o que quer ganhar. “Queria tanto uma bolsa nova, igual aquela que eu vi na loja esses dias, sabe?! Como eu te conheço, já até separei, é só você ir lá buscar”, fala isso sem escrúpulos, animada com o presente que ela mesma escolheu.
Outras mães são mais do tipo reservadas e não gostam de bajulação neste dia que é dedicado para ela. Tem mãe que faz questão de reunir a família toda em volta da mesa e comemorar a data que, na verdade, deveria ser comemorada todos os dias.
Tem também as pessoas que não têm mais suas mãezinhas aqui com elas, que usam o dia para relembrar momentos vividos e que preenchem o coração de amor e os olhos de lágrimas. O choro é saudoso, com um ar de arrependimento por não ter aproveitado mais instantes ao lado daquela mulher meiga, doce e carinhosa. A mesma que sempre achava os objetos supostamente perdidos pela casa. Mas o amor que recebeu, ainda vive fervoroso no peito daquele filho, que jamais se esquecerá do afago daquela mãe.
Aquela que não media esforços pra fazer você feliz mesmo quando ela estava triste. Que tirava da boca para alimentar a sua ou que, mesmo estando há noites sem dormir, acalmava seu pranto nas madrugadas em que estava doente.
Essa mesma mãe que, por conta da correria do dia a dia, está envelhecendo e você não está vendo. Que, com os dedos finos de tanto lavar louça e, ao mesmo tempo macios para te fazer carinho, proporciona um sabor inigualável a qualquer macarrão instantâneo feito às pressas.
O que ela queria era um banquete, mas ela ganhou dez minutos de atenção ao lado do filho, enquanto ele engolia a comida antes de ir para a faculdade. Isso basta. Ela queria sim um celular novo, mas não para que lhe roubasse a atenção. Mas sim para mandar uma mensagem de “bom dia” para a filha, com direito a corações e figurinhas bregas carregadas de amor e boas intenções. E, muitas vezes, reviramos os olhos quando recebemos e deixamos passar batido, sem ao menos um “oi, mãe” de volta.
Ela queria uma blusa nova, sim. Mas ela recebeu um elogio mesmo usando a roupa mais antiga que tinha no guarda roupas. Elogio este que permaneceu em sua memória pelo resto do dia, enquanto ela arduamente trabalhava e pensava sobre o que faria de janta.
A expectativa de receber algo neste domingo não é apenas por bens materiais. Mães esperam de seus filhos muito mais do que eles imaginam e muito menos do que ofertam. A mãe que te carregou por 9 meses só pede por um abraço apertado, um suspiro dobrado, um pouquinho de amor, ou até um sem fim. A realidade é essa?
Mesmo sem receber o que espera, ela está ali. Muitas vezes só esperando você tomar a iniciativa de um “eu te amo”, ou “você está bem, mãe?”, “descansa que hoje eu faço o almoço.” Você já está crescido, adulto e independente, muitas vezes ela não sabe se pode chegar em você com a mesma liberdade de anos atrás. Seja a realidade daquilo que sua mãe espera. Ela te ama e sempre vai amar.
Mãe é mãe. Seja ela nova ou velha, de coração ou biológica, presente ou não. Seja ela pai, tia ou avó. Mãe é uma figura emblemática impossível de se guardar ódio ou rancor. A elas somente amor. Às mães, só o nosso mais puro e sincero agradecimento pelo dom da vida.
Feliz Dia das Mães, seja ela qual for. O dia é todo dela.