Com a chegada do verão e o aumento das viagens internas rumo a praias, trilhas, piscinas e destinos rurais, cresce também a exposição a doenças que podem ser evitadas com imunização e cuidados básicos. Segundo o Ministério da Saúde, períodos de temperaturas mais altas favorecem a circulação de vírus e bactérias, além de ampliar o risco de contaminação por água e solo contaminados, especialmente entre viajantes e famílias em deslocamento. Nesse cenário, revisar a carteira de vacinação e adotar medidas preventivas é fundamental para garantir férias tranquilas e sem transtornos.
A enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino, destaca que antes mesmo de definir o destino da viagem, a principal medida de prevenção para o verão é conferir se todas as vacinas recomendadas estão atualizadas. “A combinação de calor, chuvas e maior circulação de pessoas aumenta a exposição a doenças que podem ser evitadas com a imunização. Por isso, revisar o cartão vacinal se torna o primeiro passo para garantir férias seguras, especialmente para quem vai à praia, trilhas, áreas rurais ou parques aquáticos. Somente após essa checagem é que entram os demais cuidados, como higiene, hidratação e uso de repelentes”, explica.
Principais vacinas para viagens
A hepatite A, transmitida por água e alimentos contaminados, continua sendo uma das principais preocupações em destinos turísticos no verão. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal infantil apresentou melhora recente, com aumento na vacinação de crianças de um ano em 2023, porém a atenção deve continuar redobrada, principalmente em adultos que não contam com históricos de vacinação. “Grande parte dos adultos não recebeu a dose na infância, e a proteção contra hepatite A é essencial para quem irá frequentar praias, hotéis, quiosques e regiões de grande circulação. Revisar a carteira é simples e evita infecções que podem arruinar uma viagem inteira”, alerta Elisa.
Para viajantes que pretendem fazer trilhas, visitar áreas de mata, acampar ou conhecer cachoeiras, a vacina contra febre amarela permanece como uma das mais importantes. “A OMS mantém a recomendação de vacinação para viajantes em regiões de risco. Mesmo quem já tomou a dose única deve conferir o registro antes de viajar. É uma doença grave, com alta letalidade, e completamente evitável com vacinação”, reforça a especialista.
Elisa explica que à prevenção contra o tétano também é indispensável, principalmente para quem tem contato com solo, pedras, objetos enferrujados ou áreas de mata, situações comuns em atividades ao ar livre no verão. “A vacina dT deve ser reforçada a cada 10 anos, merecendo uma atenção maior para adultos que não contam com um histórico confiável de vacinação. Nesse caso sempre orientamos que o viajante atualize o reforço, porque ferimentos em praias e trilhas são frequentes e o tétano é uma infecção grave”, explica Elisa.
A dengue, intensificada pelo calor e pela temporada de chuvas, é outra doença que aumenta no verão. A vacina da dengue é destinada ao público de quatro a 60 anos, sendo aplicada em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas. Pessoas que não tiveram contato com o vírus podem tomar a vacina. “Mesmo pessoas vacinadas precisam manter o uso de repelente. O verão concentra os maiores índices de circulação do mosquito, e o risco não pode ser subestimado”, finaliza Elisa.
Principais recomendações para um verão seguro:
Verificar atualização das vacinas: hepatite A, febre amarela, tétano e dengue.
Usar repelente diariamente e redobrar cuidados em áreas de mata (prevenção contra dengue).
Consumir apenas água potável e alimentos de procedência segura.
Utilizar calçados em trilhas, praias com pedras e áreas úmidas.
Evitar banho em rios ou lagoas após chuvas intensas.




