REINALDO SILVA
Da Redação

As memórias compartilhadas na carta acima são reais e fazem parte da história de João Ravazzi, aposentado de 81 anos de idade, morador de Paranavaí há 73 anos.
Aos 29, quando ainda servia ao Exército, coronel o chamou e disse: “Hoje você não põe a farda”. Assustado, questionou: “Vai me mandar embora?”. E foi surpreendido: “Não, você vai ser nosso Papai Noel”. A proposta feita pelo superior teve como motivação a afinidade que tinha com as crianças.
Desde então, Natal após Natal, João Ravazzi vestiu as roupas do Bom Velhinho e manteve a tradição. Nesses 52 anos, parou apenas em 2020 e 2021, em razão da pandemia de Covid-19.
Já foi bombeiro, mas “não deu muito certo, era pouca a grana”. Depois trabalhou como vigilante de banco, profissão que exerceu até se aposentar. É casado, tem três filhos e três netos.
Pergunto como é ser Papai Noel. “Tenho uma alegria de abraçar elas, ver a inocência delas. Elas beijam a gente, elas agradam, elas puxam a barba da gente. Tenho uma alegria muito grande de atender as crianças.”
E por falar em barba, a de João Ravazzi é natural. Os cuidados incluem banhos de xampu para deixá-la macia e branquinha, “senão amarela tudo”. Ele prefere assim, porque já trabalhou com barba postiça, mas entra no nariz, entra na boca, e se as crianças puxam, o elástico machuca a orelha.
Assim que o período natalino termina, o aposentado se barbeia. Quando dezembro se aproxima, deixa os pelos faciais crescerem de novo para voltar a ser Papai Noel.
Vestido de Bom Velhinho, conversando com as crianças na Vila do Noel, instalada no pátio da Prefeitura de Paranavaí, João Ravazzi transmite a magia do Natal aos visitantes. Tornou-se um símbolo.
O recado de Papai Noel mistura agradecimento e motivação: “Quero agradecer a todas as crianças, principalmente os pais, as mães, os avós. Um Feliz Natal e um próspero Ano Novo. Ho, ho, ho”.




