No 2° domingo do mês vocacional, a Igreja nos convida para a abertura da Semana Nacional da Família e o Brasil nos convida a celebrar o Dia dos Pais. Nossas famílias são convidadas a refletir sobre o seguinte tema neste ano de 2021: “A alegria do amor na família”. Dentre os diversos membros de uma família, queremos hoje render a nossa homenagem aos pais.
Na História da Salvação, Deus é apresentado como o pai de todos nós. Na sua vida terrestre, Jesus recebe como pai adotivo São José. Em diversos momentos da vida de Jesus, o povo o reconhece como filho dele, inclusive no Evangelho deste domingo: “Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos sua mãe e seu pai?” (Jo 6, 42b).
Foi na oficina de José, homem justo, que Jesus aprendeu muitos dos valores que o acompanhará em sua missão: a criatividade, o amor, o afeto, a generosidade etc. José certamente teve medo de errar ou de não ser um bom pai. Contudo, ao perceber que Deus é quem lhe tinha conferido essa missão, assume com amor e vivacidade sua responsabilidade.
Também hoje, nossos pais têm os seus desafios. Contudo, o amor e a missão de gerar e cuidar de um filho os movem para uma entrega toda especial. Perguntamos para dois pais, que são envolvidos com a vida da Igreja e do Carmelo sobre a experiência de serem pais: Mauro Cesar Drojinski, de Paranavaí-PR, que participa do Santuário Nossa Senhora do Carmo – Paróquia São Sebastião, e Hélcio Luiz Monteiro, de Curitiba-PR, voluntário no trabalho social com os dependentes químicos das Casas do Servo Sofredor – Mosteiro Monte Carmelo.
Para Mauro, “ser pai é algo inexplicável, pois vem com um amor incondicional. Trata-se de esquecer de si e viver a vida daquele serzinho tão frágil. Tudo é em prol dele. Ser pai é tudo. Na mesma linha, para Hélcio, “ser pai é um sonho realizado, uma experiência maravilhosa que Deus colocou em nossas vidas”.
Dos momentos alegres e tristes da história familiar, Hélcio testemunha o seguinte: “Uma coisa que meu pai sempre me ensinou, mesmo com pouco estudo que ele tinha, é que você deve sempre cumprir com seus compromissos. Ele gostava muito de estar com a família, outra coisa boa dele era a paciência e a forma como falava comigo e minha irmã. Um período de memória triste foi com o uso de bebida alcoólica – cerca de uns cinco anos. Perdeu-se o semblante daquele homem bondoso, humilde e trabalhador que eu conheci e que depois voltou a ser”.
Sobre ser pai, Mauro afirma que “o desafio é dar uma educação em todos os âmbitos diante dessa tecnologia e em tudo o que o mundo oferece instantaneamente”. Quanto aos momentos felizes, para ele, “alegria é ver nossos filhos passar pelos desafios e vencê-los. Cada vitória de um filho é uma alegria, pois faz lembrarmos que fizemos um bom trabalho como pai”.
Olhando um pouco a história de São José, Mauro, Hélcio e também dos nossos pais, vemos que essa vocação é verdadeiramente um lugar de desafio, mas também de alegrias. Quem se deixa guiar pelo amor e pela vocação que Deus lhe deu, sente-se consolado porque sabe que Deus olha e cuida dos filhos seus.
Feliz Dia dos Pais.
Frei Edimar Fernando Moreira, O.Carm.