O número de cirurgias de urgência relacionadas às hérnias da parede abdominal teve uma redução de 16% em ano de pandemia, de acordo com dados divulgados pelo DataSus.
Entre 2020 e 2021 foram feitos 36 mil procedimentos considerados urgentes e, em 2019, antes da pandemia, o número chegou a 43 mil. A redução acompanha o número total de cirurgias de hérnia, que caiu 69%.
O estrangulamento de uma hérnia abdominal caracteriza uma cirurgia de urgência. De acordo com o cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, doutor. Christiano Claus, a complicação pode levar à morte se não tratada. “Nesse caso o conteúdo herniário – que geralmente é parte do intestino do paciente – fica estrangulado, comprometendo o fluxo sanguíneo e podendo levar a isquemia e gangrena. O paciente apresenta dor intensa e a cirurgia deve ser realizada o mais breve possível”, explica.
Não é possível apontar o exato motivo dessa redução de cirurgias. “Pode ter ocorrido devido à queda no número de complicações apresentadas pelos pacientes ou devido a maior busca por atendimento particular devido a situação da pandemia no país”, afirma o presidente.
O encarceramento é outra complicação das hérnias abdominais. Acontece quando o abaulamento ou ‘bolinha da hérnia’ não desaparece espontaneamente e não pode ser reduzido mesmo diante a manipulação. O vice-presidente da SBH, cirurgião Marcelo Furtado, explica que esse caso nem sempre representa uma emergência. “Apesar de provocar dor não configura necessariamente uma emergência. Se houver encarceramento associado a obstrução do intestino, a cirurgia de emergência está indicada”.
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