SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar tinha alta em relação ao real logo após a abertura desta quinta-feira (26), conforme investidores ainda repercutiam a ata da última reunião do Federal Reserve, que veio dentro do esperado, e aguardavam dados sobre o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, em meio a receios persistentes sobre a economia global.
Às 9h07 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,37%, a R$ 4,8387 na venda.
Na B3, às 9h07 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,26%, a R$ 4,8435.
A moeda norte-americana spot fechou a última sessão em alta de 0,17%, a R$ 4,82 na venda.
Na véspera, após oscilar em alta desde a abertura dos negócios, com a valorização do dólar chegando a ultrapassar 1%, o movimento acabou perdendo força próximo do final do pregão.
No encerramento da sessão, a moeda americana marcava apreciação modesta de 0,20%, cotada a R$ 4,8210 para venda. Na máxima do dia, a divisa chegou a encostar em R$ 4,8650, com a mínima em R$ 4,8060.
O recuo na alta da moeda coincidiu com a divulgação da ata do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos), embora o documento não tenha trazido grandes novidades ao mercado, confirmando indicações anteriores de manutenção no ritmo de aperto da política monetária americana.
Na Bolsa de Valores, o índice de ações Ibovespa destoou dos pares globais e operou em leve queda durante toda a sessão.
Já perto do final do pregão, com a melhora do humor dos investidores nos Estados Unidos, com a ata ratificando novas altas de 0,50 ponto pelo Fed, o Ibovespa apresentou uma pequena melhora, para fechar estável ante o fechamento anterior, aos 110.579 pontos.
Pressionaram negativamente para o desempenho do Ibovespa nesta quarta as ações dos grandes bancos, com queda de 2,62% do Santander, e de 1,8% do Itaú. Já os papéis do Bradesco recuaram 1,13%, e os do Banco do Brasil, 0,61%.
Exportadoras de commodities impediram uma queda mais intensa do Ibovespa, com alta de 2,03% das ações ordinárias da Petrobras, e de 1,42% das preferenciais. Os papéis da estatal se recuperaram após as fortes perdas na sessão anterior, depois de o governo determinar a troca no comando da companhia.
No mercado global, as Bolsas nos Estados Unidos oscilaram sob intensa volatilidade desde a abertura dos negócios da quarta, mas se firmaram no campo positivo após a ata do Fed.
O S&P 500 teve valorização de 0,95%, o Dow Jones subiu 0,60%, e o Nasdaq, com maior concentração de negócios de tecnologia, avançou 1,51%.
Segundo a ata do BC americano, todos os participantes da reunião de política monetária de 3 a 4 de maio apoiaram um aumento de juros de 0,50 ponto percentual para combater a inflação, que eles concordaram ter se tornado uma grande ameaça para o desempenho da economia norte-americana, e que poderia subir ainda mais sem a ação da autoridade monetária.
A elevação de juros de 0,50 ponto percentual neste mês foi a primeira desse tamanho em mais de 20 anos, e colocou o Fed em uma trajetória de rápido aperto da política monetária, com “a maioria dos participantes” julgando que mais ajustes de 0,50 ponto seriam “provavelmente apropriados” nas próximas reuniões do banco central, em junho e julho, de acordo com a ata divulgada nesta quarta.
Preocupações dos investidores sobre a possibilidade de a autoridade monetária dos Estados Unidos ter de apertar o ritmo de altas estiveram entre as principais razões para as quedas das Bolsas americanas verificadas nos últimos dias.
“Todos os participantes concordaram que a economia dos Estados Unidos estava muito forte, o mercado de trabalho estava extremamente apertado e a inflação, muito elevada”, afirmou a ata, com os riscos de uma inflação mais acelerada “inclinados para cima” em razão dos atuais problemas de oferta globais, da guerra na Ucrânia e dos lockdowns contínuos contra o coronavírus na China.
Segundo os analistas da Guide, o que gerou um otimismo maior no mercado foi um ponto em específico dentro da ata, que citou a possibilidade de uma interrupção do ciclo de alta “mais tarde neste ano”, para que o Fed possa avaliar os efeitos do aperto e até que ponto os desenvolvimentos na economia justificam ajustes no ritmo da política monetária.
“Esse comentário ajuda a aumentar as apostas em uma redução do ritmo de alta dos juros para 0,25 ponto a partir de setembro”, apontam os analistas da Guide.
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