REINALDO SILVA
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Cozida, frita, assada, com ou sem acompanhamento, em pratos salgados ou doces. A raiz de mandioca combina com o paladar dos brasileiros e percorre o mundo dando sabor às refeições. No campo, a mandiocultura tem papel de destaque no Noroeste do Paraná e coloca o Estado na condição de segundo maior produtor brasileiro, atrás apenas do Pará.
Nos próximos dias, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade Estadual do Paraná (UEM) apresentarão uma nova variedade de mandioca de mesa para os estados de Paraná e São Paulo, avaliada como uma das melhores do país. A BRS-49 será lançada em Diamante do Norte no dia 7 de junho.
O evento terá início às 8h e contará com a participação de mandiocultores, agentes de assistência técnica e extensão rural, docentes do ensino médio e do ensino superior, profissionais que atuam nas secretarias municipais de Agricultura, empresários, estudantes e lideranças políticas. Será no Campus Regional do Noroeste da UEM.
Foram 15 anos de pesquisas que levaram em consideração as características ambientais da região. Na comparação com outras variedades tradicionais, a nova cultivar apresenta quase 50% de superioridade média de produtividade de raízes comerciais, com potencial para ultrapassar a marca de 60 toneladas por hectare.
De acordo com os estudos, a nova variedade apresenta alta tolerância às principais doenças. O porte da planta permite o melhor aproveitamento no plantio mecanizado e facilita os tratos culturais. Assim, essa cultivar se apresenta como alternativa promissora para os produtores.
Nas avaliações que compõem a qualidade culinária, foram identificadas características que podem contribuir de maneira decisiva para a opção pela BRS 429. O tempo médio de cozimento é de 20 minutos, tornando o processo prático e econômico. O amarelo intenso que colore a polpa tem grande aceitação no mercado consumidor. A textura é adequada para o consumo mais usual (cozida ou frita) e para a obtenção de massas e a elaboração de diversos pratos.
Com o lançamento da BRS 429, Embrapa e UEM mostram a importância das pesquisas e incentivam a inovação tecnológica, a melhoria genética e a atração de novos investimentos para o Noroeste do Paraná.
Desenvolvimento econômico – Para a secretária de Agricultura de Diamante do Norte, Maysa Massumi Suguiyama, o lançamento da cultivar BRS 429 representa um avanço que refletirá positivamente nos âmbitos sociais e econômicos. “A mandioca é uma das principais atividades da agricultura familiar de nossa região.”
Ela declarou que é um privilégio sediar o lançamento da variedade de mandioca, “melhorada geneticamente para agradar o consumidor, rica em betacaroteno, que é um pigmento carotenoide antioxidante responsável pela coloração amarela, de alto potencial produtivo e completamente adaptada para o nosso município e a região”.
O evento é resultado da parceria entre a Secretaria de Agricultura de Diamante do Norte, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), a UEM, Embrapa e o Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) do Noroeste.