Nesta semana aconteceu em Curitiba a I Conferência Estadual de Políticas Sobre Drogas no Paraná, que debateu a criação do Plano Estadual de Políticas Sobre Drogas. O encontro ocorreu na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e foi organizado pela Secretaria da Segurança Pública do Estado, por meio do Núcleo Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (NEPSD).
O evento ainda marcou a abertura da campanha Junho Paraná Sem Drogas e foi palco da divulgação e premiação aos primeiros colocados do Concurso Estadual de Produção de Material Audiovisual Sobre Drogas.
O delegado Renato Bastos Figueiroa, coordenador do NEPSD, ressaltou que o grande objetivo é a consolidação do plano. “Ele está em construção há algum tempo e é o maior compromisso que um Governo pode fazer pela população porque colocará no papel as obrigações relacionadas ao tema. Nesta conferência, demos voz à sociedade civil para que ela contribua com o projeto”, destacou.
O “Plano Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas: desafios e perspectivas” aponta metas objetivas a serem atingidas pelo Governo Estadual e toda a população. O documento será composto por objetivos, ações, indicadores, parceiros e prazos.
Uma série de órgãos públicos, ligados à educação, saúde, segurança, justiça, cultura, esporte, educação e assistência social, participam do projeto. Segundo o coordenador do NEPSD, o documento já tramitou em todas as secretarias estaduais envolvidas. “Nosso objetivo é criar um novo paradigma para as políticas públicas estaduais sobre drogas, de forma indiscriminada, mas com um olhar específico aos grupos mais vulneráveis. Para isso, adotamos como eixo fundamental a consolidação dos direitos do cidadão”, disse.
Dentre os objetivos também estão a indicação de prioridades de atuação do Poder Público na consecução do tema e o fortalecimento da relação entre Governo e sociedade civil.
“Somos todos protagonistas da política pública sobre drogas”, declarou o presidente do Conselho Estadual de Políticas Sobre Drogas, Luis Carlos Hauer. “Certa vez, uma pessoa me falou que apenas poderemos construir algo se debatermos, discutirmos e aceitarmos outras ideias. E somente assim poderemos criar uma base sólida, que sustente todo o projeto social. Seu nome, Frei Chico. E é para isso que estamos aqui, para construir uma política social sobre drogas, que seja mais digna, humana, com equidade e justa”.
Interdisciplinaridade – Para a subprocuradora geral de Justiça, Samia Saad Galloti Bonavides, é necessário apontar mais políticas preventivas. “Esta é uma problemática interseccional, transversal e complexa, que passa por questões como pobreza e vulnerabilidade social. As famílias envolvidas precisam de suporte psicológico, médico e ainda em outros aspectos, como saúde e saúde pública, moradia e educação”, disse.
A juíza auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Fabiane Pieruccini, que participou do evento em nome do presidente do TJPR, desembargador José Laurindo de Souza Netto, destacou a participação de vários órgãos como essencial para a redução de danos.
“Precisamos de uma política que cuide das pessoas, de todas as que estão envolvidas nessa dinâmica da drogadição, que não é só o usuário, mas a comunidade ao seu redor. Este é o caminho certeiro”, afirmou. “Enquanto estivermos com foco na justiça, um olhar desconectado do ser humano, da polícia ou mesmo da saúde, não haverá evolução”.
Concurso de vídeos – No mesmo evento, professores, diretores e dez alunos de dois colégios, um público e um privado, foram premiados no Concurso Estadual de Produção de Material Audiovisual Sobre Drogas. O certame atende a Lei Estadual nº. 19.068, de 5 de Julho de 2017, que impõe às empresas de cinema a divulgação de informes publicitários de esclarecimentos sobre os malefícios do consumo de drogas ilícitas para toda a sociedade.
Durante todo o mês de junho, todas as sessões nas salas de cinema do Paraná exibirão o vídeo dos dois colégios: Colégio Estadual Senador Correia, de Ponta Grossa, e Sesi, de São José dos Pinhais.
Em parceria com a Receita Federal, os adolescentes foram presenteados com videogames, tablets e outros presentes. Na categoria “instituição de ensino público”, venceram os alunos Alexandre Aurélio Barbosa, Mainara Cristina Schroeder, Nicolly Emanuely Veiga dos Santos, Russel Aslan e Vitor Henrique Schastalo, de Ponta Grossa.
“Descobrimos muita coisa que não sabíamos. Recebemos um conhecimento muito grande e fizemos até entrevistas para entender como é a vida de uma pessoa dependente de drogas. No curta, mostramos que a droga causa um colapso na vida da pessoa, é um alerta”, contou Mainara, do terceiro ano do ensino médio.
Já na categoria “instituição de ensino privado”, foram premiados os alunos João Aiub Ribeiro, Matheus Eduardo Ribas, Natalia Soltovski, Nicolly Peixoto Pietrovski e Yago Barreto da Costa. “Montamos um grupo com estudantes dos três anos do ensino médio e foi muito interessante entender a visão de cada um em relação às drogas”, contou João Ribeiro, que estava no terceiro ano na época da produção do vídeo e hoje cursa Engenharia de Software.