A Polícia Militar do Paraná, por meio da Assistência Social da instituição, tem promovido iniciativas para ajudar a tornar a carreira das quase 2 mil policiais femininas da PMPR e 200 bombeiras cada vez mais agradável. Dois programas têm sido destaque nessa iniciativa: o Chá de Rosas e Mães de Farda, que colaboram no enfrentamento de problemas inerentes à esfera feminina.
O Chá de Rosas começou em 2012, quando 10% da corporação era formada por mulheres. O intuito foi fazer com que a policial tivesse um encontro onde se sentisse à vontade para falar sobre sua realidade de mãe, mulher, esposa e também policial militar.
Segundo a coordenadora do projeto, capitã e subcomandante da sessão de Assistência Social da PMPR, Caroline Bail, a iniciativa surgiu depois de perceberem que muitas militares estavam sofrendo isoladas com situações que outras colegas também enfrentavam. “Hoje, elas não se sentem sozinhas para enfrentar suas dificuldades de profissional, mulher e mãe, e conhecem os mecanismos de denúncia”, explica.
A principal ferramenta do Chá de Rosas é a terapia acompanhada por uma profissional, mas, para a capitã Bail, o mais importante é o vínculo que fica depois desses encontros, com um grupo fortalecido e seguro, capaz de resolver os problemas e empoderar essas mulheres.
“Quando ficamos um tempo sem o profissional terapeuta, as mulheres continuaram se reunindo. Isso é o principal, o fortalecimento desse grupo, para que nenhuma fique isolada passando por uma dificuldade. E algumas passaram a se encontrar uma na casa da outra, criando uma corrente”, lembra.
Em 2021, na esteira desse processo, foi firmada a portaria 551, do Comando-Geral da Polícia Militar, que prevê o fortalecimento de políticas institucionais para que se possa extinguir qualquer tipo de assédio moral e sexual na corporação. A medida consolidou, assim, as ações realizadas no Chá de Rosas.
Já o Mães de Farda surgiu durante a pandemia, quando mulheres da corporação enfrentaram dificuldades para conciliar trabalho e família. Para colaborar nesse processo, foram realizadas sete palestras quinzenais voltadas a mulheres gestantes ou com filhos de até 1 ano de idade.
A coordenadora do Mães de Farda, primeira tenente Beatriz Carolina Gertz, relata que os encontros abordaram assuntos como amamentação, o primeiro ano do bebê, depressão pós-parto, baby blues e toda a fase do puerpério.
O projeto foi um sucesso e a equipe já está querendo abranger também mães com filhos maiores. “Com o novo papel que a mulher passa a desempenhar, a maternidade não pode ser um complicador, mas sim uma possibilidade para que a mulher possa expandir novos ciclos, novos pensamentos, e que não seja um encargo ou peso para ela. Que ela possa passar por essa experiência da vida de forma um pouco mais leve”, explica Gertz.
PRUMOS – Além disso, todas as forças de segurança do Paraná contam com o apoio do programa Prumos, criado no fim de 2020. Ele disponibiliza psicólogos para atendimento regular em unidades em Curitiba e no Interior.
FolhaPress