Renato Benvindo Frata
São Pedro se chamava Simão e Cristo mudou seu nome para Kepha (Cefas), que em aramaico significa “pedra”, que traduzido para o grego ficou Petros. Definido pois, seu nome, o homem Pedro foi um dos maiores seguidores do Mestre, razão pela qual a Igreja lhe põe nas mãos as chaves do céu.
Na Rússia, Pedro, o Grande, como Czar, reinou de 1682/1725. Sua importância é a modernização e ocidentalização da Rússia, país que estava defasado em relação ao ocidente. Deu ao país grande poder após derrotar os inimigos e, ao perceber o atraso, abriu-a. Segundo se conta, suas mãos eram de ferro, afinal, administrar a Velha Rússia dos czares só mesmo com mãos desse material.
O Brasil é país privilegiado de Pedros. Seus monarcas Pedro I e seu filho, Pedro II se destacaram. O primeiro pelo seu poder de sedução e de decisão. Teve, não se sabe quantos, filhos bastardos com parceiras de alcova que iam da camareira branca ou negra à baronesa idem, sem perder um só degrau da escada social. Suas mãos, distinguidas por Pedro Américo no quadro da Independência ao compor a suposta reação, estando às margens do Riacho Ipiranga, a cartas do Reino.
O Pedro II, por sua vez, homem culto, poliglota que falava alemão, italiano, espanhol, francês, latim, hebraico e tupi-guarani, lia grego, árabe, sânscrito e provençal, educado no trato com homens e mulheres sem lhes diferenciar a condição social, mais comedido que o pai no quesito escapulidas sexuais, mas que a história registrou alguns pulinhos de cerca que lhe causaram certos aborrecimentos, fez do Brasil o país que é, unido e centrado.
Suas hábeis mãos trataram da diplomacia com a cátedra que a ciência requer. E, em 12/01/1861 criaram a Caixa Econômica e Monte de Socorro com o propósito de incentivar a poupança e conceder empréstimos de penhor, entidade que depois passou a ter o nome que hoje possui como instituição financeira brasileira. Devemos, pois, às mãos dos Pedros imperadores, o nosso singelo respeito.
Agora, porém, nesses tempos bicudos, eis que surge um outro Pedro entre nós a se notabilizar. É o tal Pedro Guimarães, que foi até outro dia o presidente geral da Caixa Econômica Federal, diga-se, pelo que se vê em televisão, é o homem de mãos profusas, mas pecaminosas. Ou seriam mãos ligeiras, ou bobas? Ou insensatas que procuram massinhas de pizzas em cinturas femininas? Ou mãos alicates que apertam bumbuns de companheiras de trabalho?
Sabe Deus.
O fato é que a história, enquanto ciência que estuda eventos passados com referência a um povo, país, período ou indivíduo específico, registra.
E, se registra, é fato. É ou não é, Pedro Mãos-Bobas Guimarães?