REINALDO SILVA / reinaldo@diariodonoroeste.com.br
“Muitas pessoas não receberam o reforço e não estão buscando a vacinação.” A declaração carregada de preocupação é da chefe da Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Samira Silva, e se refere à imunização contra a Covid-19. Segundo ela, há doses perto do prazo de vencimento, mas a procura está baixa.
Ela explica que as doses da vacina não têm efeito cumulativo, por isso, com o passar do tempo, a proteção contra o vírus diminui. “Com uma dose de reforço, é possível dar um ‘chacoalhão’ no sistema imunológico e, assim, acontece o aumento dos anticorpos e, consequentemente, a proteção do indivíduo contra as formas graves da doença.”
Da mesma forma que outras doenças respiratórias, no caso da Covid-19 é necessário alcançar altos os índices de cobertura vacinal. O imunizante não impede o contágio, mas protege contra o agravamento dos sintomas, reduzindo as taxas de internamento hospitalar e óbito.
O avanço da vacinação esbarra nas notícias falsas, chamadas de fake news. De forma insistente, são divulgadas informações sem base científica que induzem a população a rechaçar a vacina. “Acreditam em pessoas que não são especializadas, mas não acreditam na ciência, em especialistas com formação na área”, lamenta Samira Silva.
Ela lembra que a imunização ocorre há séculos e já erradicou muitas doenças. A primeira vacina de que se tem registro foi aplicada em 1796, resultado dos estudos do médico inglês Edward Jenner. A partir dela foi possível eliminar a varíola, doença extremamente grave que causava febre alta, dores de cabeça e no corpo, lesões na pele e morte.
A chefe da Vigilância Epidemiológica propõe uma reflexão: “Temos que pensar no que mais vimos durante essa pandemia, pessoas morrendo por causa da doença ou pessoas morrendo porque tomaram a vacina?”. Todos os eventos adversos após a vacinação são acompanhados e avaliados pelas equipes de saúde. “Dos 28 municípios, não tivemos nenhum caso grave. Os notificados são leves e desaparecem em 24 horas.”
No boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) atualizado ontem, consta que em todo o Noroeste do Paraná foram aplicadas 241.512 primeiras doses, 223.095 segundas doses e 7.935 doses únicas. O número de pessoas com o reforço vacinal, ou terceira dose, é bem menor, 136.140. No caso da dose adicional, foram 6.417 aplicações.
Considerando os dados da Sesa, a região tem 277.060 habitantes. Desde o início da pandemia de Covid-19, 48.042 pessoas testaram positivo para Covid-19, sendo que 45.659 se recuperaram. Ao todo, 828 pacientes morreram por complicações causadas pelo coronavírus.
Vacinação em Paranavaí – Até o dia 7 de julho, a Prefeitura de Paranavaí contabilizou 212.625 aplicações, sendo 81.042 primeiras doses; 74.063 pessoas estavam com o esquema vacinal completo. Entre os moradores acima de 12 anos de idade, 44.553 receberam a terceira dose e 12.967, a dose adicional.
Com base nos dados da Vigilância em Saúde, 93,67% da população apta está vacinada com a primeira dose e 85,61% com a segunda. A queda é considerável quando se trata do reforço vacinal, com apenas 51,49% das pessoas incluídas no cronograma de vacinação.