IGOR SIQUEIRA
DA UOL/FOLHAPRESS
Um grupo de jogadores se encontrou no início da tarde de terça-feira (12) com o senador Romário (PL-RJ) em busca de apoio para barrar o avanço de algumas mudanças na Lei Pelé.
Os atletas presentes representam um bloco de capitães de times das quatro divisões do futebol brasileiro, que se articularam para tentar frear uma nova legislação que, na visão deles, retirará direitos trabalhistas dos jogadores. O Baixinho deu suporte à causa.
O texto já foi aprovado pela Câmara na semana passada, como parte da Lei Geral do Esporte, que passará a ser o marco legal que regerá todas as modalidades no âmbito nacional. Como o projeto sofreu ajustes dos deputados, é preciso uma nova tramitação no Senado. E aí que Romário entra na história.
Os jogadores defendem que o Baixinho seja o relator do texto. Nomes como Diego Ribas, Everton Ribeiro (Flamengo), Nenê, Anderson Conceição (Vasco), Matheus Ferraz (Fluminense), Rafael, Klaus e Douglas Borges (Botafogo) estiveram com Romário para um apelo mais direto.
Jogadores de outros clubes fora da elite, como o goleiro Deola (America-RJ) e o volante Muralha também fizeram parte do bloco, assessorado pelos advogados Filipe e Thiago Rino. O recado de Romário é que ele fará o possível para ajudar a causa.
Além de manifestações nas redes sociais, discussão envolvendo a Lei Pelé já motivou protesto dos jogadores em campo. Na rodada do fim de semana, assim que o árbitro autorizou o início das partidas, os jogadores ficaram parados, com a mão na boca. O gesto foi para dizer que eles não foram ouvidos na discussão, embora o relator do projeto na Câmara, o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE) alegue que tenha conversado com representantes do sindicato dos jogadores.
Nas publicações já feitas pelos atletas, eles pontuam que “o artigo 84 acaba com a natureza salarial das premiações e luvas: menos verbas trabalhistas. O Art. 85 praticamente extingue a cláusula compensatória (multa rescisória) a nosso favor: podemos ser mandados embora sem nada receber. O Art 96 cita que a nossa hora noturna será só a partir das 23:59, enquanto a de qualquer trabalhador é a partir das 22:00: nossa noite é diferente? O Art. 164 possibilita o aumento da verba paga como Direito de Imagem: menos verbas trabalhistas”.
Os jogadores dizem ainda que a “Lei Geral do Esporte é excelente em vários aspectos”, mas “fere e retira direitos trabalhistas conquistados ao longo dos anos”.
Ainda não há sinalização da presidência do Senado sobre quem será o relator do texto na Casa.