REINALDO SILVA
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O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) seguem com as rodadas de negociações para a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Trata-se do documento que estabelece as diretrizes para as relações entre patrões e empregados, com a definição do piso salarial e a jornada laboral, entre outras regras.
Uma das propostas dos bancários é a redução de cinco para quatro dias de trabalho por semana, sem prejuízo ao atendimento bancário atual. “É uma tendência em alguns países da Europa, até por conta da digitalização que os bancos vêm passando. Nossa categoria vem perdendo muitos postos de trabalho e os bancos lucrando cada vez mais”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Paranavaí e Região, Wendrel Minare Vieira.
Atualmente, os 32 municípios atendidos pela entidade sindical têm 482 trabalhadores atuando em agências bancárias. Há quatro anos, a região somava 720 profissionais. A variação é de 33,05% para baixo. Ainda não existe projeção de quantas contratações seriam necessárias se a redução da jornada fosse aplicada.
O modelo foi adotado durante o período pandêmico em países como Bélgica, Escócia, Espanha e Islândia, uma medida para garantir mais qualidade de vida aos funcionários e, ao mesmo tempo, fortalecer a economia afetada pela crise sanitária, injetando mais recursos no comércio, nos serviços, na indústria e na construção civil.
A pauta de negociações entre banqueiros e bancários inclui a questão financeira. Os trabalhadores pedem a reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais 5%. Os salários dependem do cargo, sendo o inicial de caixa, por exemplo, R$ 3.110,40 e quebra de caixa ou gratificação de R$ 548,51.
Os bancários também querem atualização do vale-refeição e do vale-alimentação. Segundo Wendrel Minare Vieira, o acréscimo sobre os benefícios ainda não está definido, depende das negociações. Atualmente, o VR equivale a R$ 35,18 por dia e o VA, R$ 609,88 por mês.
A CCT vigente vai até 31 de agosto de 2022, data limite para definir por quanto tempo o próximo acordo terá validade. O atual se estende por dois anos.
Minare não fala em paralisação ou greve. “Temos um tempo de negociações ainda pela frente.” Os próprios bancos têm interesse em fechar a Convenção antes da data limite, pois o documento dá segurança jurídica, acima das leis trabalhistas, analisa o presidente sindical. Geralmente, a questão que pode deflagrar uma mobilização dos trabalhadores está relacionada às cláusulas financeiras. “Tudo vai depender do andamento das negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban.”
No dia 5 de julho, trabalhadores de Paranavaí fizeram uma manifestação na frente do Itaú, com panfletagem e conversa com a população sobre as reivindicações da categoria. Na ocasião, um grupo de pagode se apresentou com o intuito de chamar a atenção de quem passou pelo Centro da cidade para as causas dos bancários.