“As doenças crônicas e suas incapacidades não são consequências inevitáveis do envelhecimento”. O comentário e da psicóloga Maisla Yara Souza, do Centro de Convivência do Idoso (CCI), que tem o Instituto Maurício Gehlen como entidade mantenedora. Segundo ela, o registro de doenças inevitáveis acontece em decorrência da “falta de um trabalho voltado à prevenção”, sobretudo a falta de informação.
A profissional lamenta que informações essenciais para a manutenção da qualidade de vida “não chegam até o idoso, considerando a dificuldade que ele tem de saber os meios de procurar, a dificuldade em acessar as redes sociais e comunicação não clara dos profissionais de saúde”.
Foi esta situação que levou o CCI/IMG a investir na formação de grupos terapêuticos. “Estamos oferecendo quinzenalmente aos usuários do Centro, grupos terapêuticos, onde a cada encontro um tema diferente é discutido”, informa Maisla.
Nesses encontros que são colocados temas para muitos idosos eram até tabus. “Por exemplo, um idoso com incontinência urinária, que é algo comum na terceira idade, pode se sentir envergonhado em sair de casa, e com isso ocorrer o rompimento dos laços sociais, acarretando a sentimentos de depressividade e isolamento. Todo esse transtorno pode ser prevenido com a informação. Uma simples atividade de pressão de bola entre as pernas auxilia no fortalecimento pélvico e no controle da bexiga, e consequentemente a melhora da qualidade de vida”, explica a psicóloga. “este é apenas um exemplo de uma situação em que a troca de informações tem um impacto valioso na qualidade de vida do idoso”, complementa.
Ela reforça que “não podemos descartar que saúde física tem uma ligação estreita com a saúde mental, afinal, ambas se complementam quando se trata de qualidade de vida”. Daí que, mantendo o mesmo exemplo, o controle da incontinência urinária (problema físico) evitará o isolamento e a depressão (saúde mental)