REINALDO SILVA
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Deputada federal do Paraná pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS), Aline Sleutjs é pré-candidata a Senado. Vice-líder do Governo na Câmara, foi a primeira mulher a presidir a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, sendo considerada uma das representantes do agronegócio no Congresso Nacional.
Ela esteve em Paranavaí nesta sexta-feira (29) para uma conversa com os prefeitos da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar), ocasião em que falou sobre política e expôs as propostas que entende serem importantes para alavancar o desenvolvimento da região e de todo o Estado.
Aline Sleutjs concedeu entrevista ao Diário do Noroeste e avaliou as chances de eleição em um possível cenário em que enfrentará nomes como o do atual senador Alvaro Dias (Podemos), do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) e do deputado estadual e ex-chefe da Casa Civil do Paraná Guto Silva (Progressistas). Apesar do desafio, está confiante e aposta no discurso da mudança para impulsionar a candidatura. “A fórmula é mostrar que a política é renovável.”
A pré-candidata disse estar insatisfeita com a atuação dos atuais senadores da República pelo Paraná. Além de Alvaro Dias, ocupam cadeiras no Senado Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, também do Podemos.
Argumentou que os três não conversam com lideranças, não escutam a população, não conhecem a realidade do Estado. Ela seria o contraponto. Garantiu que tem o perfil municipalista e, se chegar ao Senado, estará disposta a receber as reivindicações e atender as demandas.
“O senador tem acesso a um valor mais robusto para emendas parlamentares, com a oportunidade de resolver sonhos maiores.” Sendo deputada federal, tem menos recursos à disposição e fica difícil alcançar todos os problemas que os paranaenses enfrentam.
Mesmo com as limitações, os cálculos de Aline Sleutjs apontam para 300 municípios beneficiados, o que levou 200 prefeitos e 500 vereadores do Paraná a declararem apoio à candidatura ao Senado. Nestes três anos e meio de mandato, foram mais de R$ 200 milhões em emendas.
A pré-candidata citou outra característica que pode fazer a diferença entre os eleitores. Até agora, é o único nome feminino que representa os partidos de direita na corrida para o Senado. Por ser mulher, tem sensibilidade em relação a temas como as relações familiares e a inclusão, especialmente de pessoas com deficiência, disse.
Aline Sleutjs também conversa com o associativismo e o cooperativismo. Afirmou que tem feito visitas e apresentado possibilidades para fortalecer o setor. São 2,7 milhões de cooperados no Paraná, estimou.
Pautas regionais – Sem entrar em detalhes, a deputada federal defendeu as pautas do Noroeste do Estado, especificamente a duplicação da BR-376, no trecho de Paranavaí a Nova Londrina, e a construção da ponte ligando Paraná e Mato Grosso do Sul. “São obras estruturantes que vão trazer desenvolvimento para a região. Vou correr atrás dos recursos.”
A pré-candidata ao Senado também disse que está atenta à situação da Santa Casa de Paranavaí e de outros hospitais filantrópicos do Paraná que enfrentam dificuldades financeiras. O desequilíbrio se arrasta há alguns anos, mas foi agravado pela pandemia de Covid-19. Durante o período mais intenso da crise sanitária, as cirurgias eletivas foram suspensas, achatando as receitas. Ao mesmo tempo, foi necessário ampliar a oferta de leitos, a fim de atender os casos moderados e graves da doença que exigiam internação.
Jair Bolsonaro – Aline Sleutjs concluiu a entrevista ao DN falando da disputa eleitoral para a presidência da República. Questionada sobre o cenário que coloca Jair Bolsonaro (PL) ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a vice-líder do Governo afirmou que está segura da reeleição do atual presidente.
Pesquisas têm colocado o petista em vantagem sobre Bolsonaro. O levantamento mais recente do Datafolha, divulgado na quinta-feira (28), mostrou Lula com 47% das intenções de voto, enquanto o presidente tem 29%. Ciro Gomes aparece em terceiro lugar, com 8%. Os demais candidatos tiveram desempenho de 2% ou menos.
“Não acredito nessas pesquisas. Acredito na pesquisa do povo, que chora de emoção e manifesta apoio ao presidente Bolsonaro aonde quer que ele vá. Sempre que chega a algum lugar, é um espetáculo. As pessoas se sentem representadas.” Na avaliação de Aline Sleutjs, o Brasil passou por profundas mudanças nestes três anos e meio e precisa continuar avançando.