A atuação preventiva e o planejamento adotado pelas forças policiais do Paraná culminaram na redução de Mortes Violentas Intencionais (MVI) no primeiro semestre deste ano.
Um levantamento da Secretaria da Segurança Pública aponta que houve queda de 12,2% nos casos de homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e feminicídios (de 1.167 para 1.024) em comparação com o mesmo período do ano anterior. Mais da metade (52%) dos municípios do Estado (210 dos 399) não registraram morte violenta neste período.
O secretário da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, afirma que a redução se deve a uma estratégia específica, por meio de operações com ação direta e inteligência policial, além da contribuição do distanciamento social imposto pela pandemia da Covid-19.
“Conseguimos trabalhar de forma efetiva para que a Polícia Militar estivesse presente nos locais de maior necessidade, com o patrulhamento preventivo e ostensivo, assim como as investigações da Polícia Civil, que foram mais intensas no último semestre. A integração das forças policiais contribuiu muito”, explica.
O relatório da Secretaria demonstra que a estratégia adotada pelas polícias Militar e Civil refletiu na maior prevenção. Prova disso é o número de cidades que não tiveram nenhum registro de morte violenta, um acréscimo de 29 em comparação com o mesmo período do ano passado (de 181 para 210).
Outro ponto observado pelos especialistas da Pasta é que 69 municípios tiveram apenas um registro de morte violenta no primeiro semestre. São 279 municípios que não tiveram nenhum ou apenas um homicídio, o que representa 69,9% do Paraná.
Algumas das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública do Paraná (AISPs) – divisões geográficas que congregam todos os municípios – tiveram redução significativa de crimes violentos. Na 16ª AISP, de Paranavaí, 24 cidades de um total de 35 não tiveram mortes violentas, e na 18ª AISP, de Apucarana, que contempla 26 cidades, 21 não registraram casos nos primeiros seis meses deste ano.
Capital – Dos 75 bairros de Curitiba, 39 (52%) não registraram homicídios entre janeiro e junho. No geral, a queda do número em Curitiba foi de 22,5% no comparativo entre os períodos analisados (de 151 para 117).
Na Capital, o homicídio doloso, por exemplo, reduziu 22,8% (de 140 para 108); o feminicídio caiu 50%, de seis para três ocorrências; e o roubo seguido de morte se manteve estável (três para cada semestre analisado). Na modalidade lesão corporal seguida de morte houve aumento de dois para três casos.
Para o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, a corporação contribuiu para a redução de mortes violentas intencionais por meio da presença ostensiva nas ruas e com a participação dos efetivos especializados e regulares, que não pararam mesmo diante da pandemia.
“Atuamos dentro do que o mapa do crime do Paraná nos demonstra, tanto na parte criminal quanto na questão de trânsito, de forma pontual, diuturnamente, e nas regiões onde há maior necessidade de aplicação do policiamento, justamente para que os números continuem caindo e, assim, passamos dar mais segurança à sociedade”, disse.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Silvio Jacob Rockembach, a Polícia Civil colocou em prática nos últimos meses o Plano de Atuação Sistemática Integrada (PASI), para combater os homicídios no Estado e diminuir o índice desses crimes em diversas localidades.
“Esse plano de atuação sistemática integrada é executado de forma conjunta entre diversas unidades da Polícia Civil. Estamos atacando o crime em vários pontos específicos, onde existe concentração de homicídios, principalmente vinculados ao tráfico de drogas. O que está existindo é um trabalho muito forte de inteligência e, através dela, orientamos toda a nossa atividade operacional, o que tem levado ao aumento significativo do índice de solução de homicídio”, explicou.