REINALDO SILVA / reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Ao sair de casa, frio. À tarde, calor. No fim do dia, nova queda de temperatura. Essa variação pode afetar o sistema imunológico e desarmar as defesas do organismo contra vírus que causam síndromes gripais.
No último domingo (14), por exemplo, Paranavaí foi de 18 a 30 graus, conforme registros do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental (Simepar). A grande diferença entre mínima e máxima, chamada de amplitude térmica, tem sido frequente nas últimas semanas e prejudica principalmente crianças e idosos, população com imunidade mais baixa.
Chefe regional da Vigilância Epidemiológica, Samira Silva explica que o aumento de casos de síndromes respiratórias é esperado durante o outono e o inverno. Marcada por dias mais frios, a temporada de abril a setembro exige cuidados diários para evitar complicações de saúde.
Ambientes fechados, sem a circulação de ar, são propícios para a disseminação dos vírus. A orientação é abrir portas e janelas para arejar. Também são medidas preventivas o uso de máscara de proteção facial, a lavagem constante das mãos e o uso de álcool em gel, regras colocadas em prática durante os dois anos de pandemia da Covid-19. “A população está habituada aos cuidados”, pondera Samira Silva.
Na hora de tossir ou espirrar, o ideal é cobrir o rosto com o cotovelo, um lenço ou a própria máscara, assim, os vírus não se espalham e não contaminam outras pessoas que estejam no mesmo ambiente.
Ao perceber sintomas de síndrome gripal, o primeiro passo é procurar uma unidade de saúde e fazer os exames que identificam o tipo de vírus. “Até por conta da Covid, estamos mantendo a vigilância”, diz Samira Silva. Dentro dos protocolos de saúde, é possível que o médico indique o isolamento do paciente.
A chefe da Vigilância Epidemiológica informa que diferentes vírus estão circulando. Atualização mais recente dos números da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), datada de 3 de agosto, mostra que 38.878 pessoas foram hospitalizadas no Paraná por apresentarem complicações no quadro respiratório.
Dos 4.125 óbitos notificados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), 2.965 foram por Covid-19 e 103 por alguma variação do vírus influenza.
Samira Silva lembra que os municípios do Noroeste do Paraná têm doses disponíveis de vacina contra os três tipos de influenza que mais resultam em complicações: H1N1, H3N2 e B. Inicialmente, a imunização era destinada a grupos específicos, considerados de risco, mas devido à baixa procura, a ação foi ampliada para a população geral. Qualquer pessoa acima dos 6 meses de idade pode se vacinar.
A vacina é a principal forma de evitar manifestações severas de gripe, com internações e óbitos.