SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A escritora J.K. Rowling, criadora da saga “Harry Potter”, voltou a se envolver em polêmicas relacionadas à transfobia.
A autora lançou, no último dia 30, o livro “The Ink Black Heart”, que narra a história da criadora de um desenho famoso que é acusada de transfobia, cancelada nas redes sociais e depois perseguida. A situação parece bastante semelhante com a da própria Rowling, que vem recebendo ameaças de morte no último ano por causa de suas declarações consideradas transfóbicas.
A personagem em questão é Edie Ledwell, que acumula ainda acusações de ser racista e capacitista e que passa a ser atacada até pelos próprios fãs -assim como Rowling. O problema é que, na trama do livro, a onda de ódio cresce e Ledwell começa a receber ameaças de estupro e de morte, até que eventualmente ela é assassinada num cemitério.
Em entrevista ao talk show de Graham Norton, Rowling afirmou que a história do seu livro novo não é inspirada na sua trajetória pessoal. Ela diz que o primeiro rascunho da obra foi concluído antes que “certas coisas acontecessem virtualmente”.
Foi em novembro do ano passado que, pelo Twitter, Rowling disse ter sido ameaçada. “Recebi tantas ameaças de morte que agora poderia botá-las de papel de parede”, postou ela na época.
A autora começou a sofrer duras críticas nas redes sociais depois que declarações suas sobre pessoas trans foram consideradas preconceituosas.
Em um artigo, Rowling se declarou preocupada com a chance de mulheres trans abusarem sexualmente de mulheres cisgênero em banheiros, enquanto, no Twitter, divulgou uma loja que comercializa itens com frases como “Mulheres trans são homens”.
“The Ink Black Heart” deve ser lançado no Brasil até o fim do ano pela editora Rocco. Este é o sexto volume da série policial que Rowling escreve sob o pseudônimo Robert Galbraith, nome que também já havia rendido à escritora algumas polêmicas no passado.
Isso porque Rowling foi acusada de se inspirar no psiquiatra americano Robert Galbraith Heath, que ficou conhecido por falar sobre terapia de conversão sexual. Na época, a equipe da escritora negou que ela soubesse quem era o médico.
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