A Independência do Brasil foi marcada pela referência a inúmeros símbolos retratados na pintura O Grito do Ipiranga, com Dom Pedro empunhando uma espada em frente a uma grandiosa guarda imperial com uniforme e montados à cavalo. Mas a história mostra que isso tudo foi bem diferente.
Confira agora cinco curiosidades que desmistificam a perfeição da Independência do Brasil.
1- Apesar do protagonismo de D. Pedro, a Independência foi assinada por Leopoldina da Áustria
Um mês antes da proclamação, Dom Pedro havia partido para São Paulo para resolver alguns conflitos políticos e nomeou então sua esposa, Leopoldina da Áustria, para ficar como Chefe de Estado e Princesa Regente interina do Brasil.
Durante sua estada no Brasil, um ultimato chegou de Portugal ondenando o retorno do Príncipe. Leopoldina então se reuniu com o Conselho do Estado do Rio de Janeiro e assinou o decreto separando oficialmente o Brasil de Portugal, no dia 2 de setembro de 1822. Como Dom Pedro estava por aqui, foi ele quem ergueu sua espada e fez a proclamação da Independência.
2- Dom Pedro estava às margens do Ipiranga por conta de uma diarreia
No início de setembro, ainda sem saber da separação dos países, Dom Pedro e seus homens iniciavam uma viagem de volta para o Rio de Janeiro. Mas, por conta de uma forte desinteira, sua tropa era obrigada a fazer paradas não programadas e se manter perto do rio. No dia 7 então, às margens do Ipiranga, Dom Pedro recebe a notícia e dá o famoso grito da independência.
3- A famosa cena do quadro de Pedro Américo é apenas uma representação
O quadro do Grito do Ipiranga que se popularizou por todo o mundo pintado por Pedro Américo em 1888 é, na verdade, uma representação poética.
Na imagem, Dom Pedro aparece cercado por sua guarda imperial, com lindos uniformes brancos e vermelhos, o que não existia na época.
Outro fato curioso são os cavalos. Na verdade, o animal mais utilizado para transportes no século 19 era a mula, o que provavelmente aconteceu.
4- A icônica frase “independência ou morte” foi retirada do discurso e não dita separadamente
Atire a primeira pedra quem nunca ergueu o braço e disse entonando uma voz firme “independência ou morte”. Pois bem, mas essas palavras foram retiradas de um contexto maior e foram ditas no final da seguinte frase: “Viva a Independência e a separação do Brasil! Brasileiros a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou morte”. Além disso, é bem provável que Dom Pedro não tivesse uma espada em mãos.
5- A independência custou bem caro: 2 milhões de libras esterlinas
Somente três anos depois, em 1825, Portugal reconheceu a independência do Brasil. Para isso, o país exigiu a quantia de 2 milhões de libras esterlinas que obrigou o Brasil a fazer um empréstimo com a Inglaterra, já que seus cofres estavam vazios devido ao retorno da corte para Portugal. Esse foi o início da dívida externa do Brasil.