Pode começar com uma dorzinha, mas o risco de não dar atenção aos sintomas de infecção nos rins é que o problema pode se agravar e afetar os órgãos, temporariamente ou permanentemente. Um dos sintomas é realmente a dor, pélvica ou nas costas e, em alguns casos, pode ocasionar febre. Dra. Maria Laura Neme, nefrologista e diretora técnica do Pilar Hospital, em Curitiba, comenta que “A dor, realmente, é uma das piores partes desencadeados pelos problemas renais. A infecção pode ser causada por bactéria, fungos ou vírus, que chegam aos rins por meio da bexiga. Quando as infecções não são tratadas ou duram muito tempo elas facilitam o acesso desses microorganismos aos rins e chegando lá começa o processo de inflamação”, explica.
A especialista ressalta que a falta de cuidados e atenção aos sintomas da infeção nos rins pode fazer com que o quadro clínico do paciente se complique e evolua para uma doença renal crônica ou insuficiência renal aguda. “O tratamento vai depender do tipo de inflamação, após os exames e identificação das causas, pode ser prescrito o uso de antibióticos até o repouso absoluto, nos casos agudos. Outra medida que pode ser adotada é a retirada do sal da dieta, o controle do consumo de líquidos que o paciente ingere, além do controle também do uso de outros medicamentos, como o de pressão arterial e diuréticos”, comenta.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que há mais de 10 milhões de brasileiros com algum grau de disfunção renal e muitos pacientes sequer sabem que têm o problema. “O acompanhamento da saúde dos rins pode ser feito com exames simples, de urina, todo ano e a prevenção está muito ligada ao consumo adequado de líquidos, dieta balanceada e acompanhamento médico regular. Aqueles pacientes com hipertensão e diabetes precisam redobrar os cuidados, pois já têm fatores de risco ainda maior de desenvolver uma doença renal crônica”, avalia.
Dra. Maria Laura Neme ressalta que ao sinal de dor nas costas ou pélvica é importante procurar atendimento médico adequado, em um Pronto Atendimento especializado ou consulta com um nefrologista para a realização dos exames e avaliação para o início do tratamento individualizado. “Importante destacar que automedicação também pode prejudicar os rins, inclusive, com chás caseiros. As pessoas acreditam que por ser natural podem tomar qualquer coisa, mas, no caso dos problemas renais as toxinas de algumas espécies de plantas podem agravar rapidamente o problema e o mesmo ocorre quando se consome medicamentos sem controle médico. Em uma tentativa de resolver o problema, a situação pode se agravar, por isso, incentivamos sempre a busca por atendimento especializado”, completa.