ADÃO RIBEIRO / adao@diariodonoroeste.com.br
Desiree Salgado, 47 anos, é advogada e professora universitária. Neste ano, ela parte para um novo desafio: pleitear uma vaga pelo Paraná no Senado da República. Pós-doutora em ciência política e filiada ao PDT (número 123), a candidata visitou a redação do Diário do Noroeste nesta quinta-feira. Falou sobre propostas e aposta em projetos de longo prazo. Também abordou temas dramáticos incluindo a fome e os prejuízos na educação, sobretudo dos mais pobres, por conta da pandemia de Covid-19.
Sobre a fome, que segundo os dados oficiais, a partir do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, afeta mais de 33 milhões de pessoas, a candidata revelou indignação. Ela entende que o segundo maior produtor de comida do mundo não pode conviver com a fome. Como solução, defende que seja implantado um dispositivo constitucional de renda mínima, garantindo a todo cidadão o direito básico de se alimentar. Portanto, mais do que uma política de governo, uma política de estado.
Sobre a educação, a professora concorda que se trata de uma situação delicada, sobretudo, para alguns extratos da sociedade. Os mais pobres, opina, não tiveram acesso adequado às tecnologias para viabilizar o estudo de qualidade durante a pandemia. Portanto, avalia, os mais pobres foram mais afetados por falta de recursos.
Como proposta, sugere a implantação da educação em tempo integral. Uma política que possibilite ao jovem permanecer focado nos estudos e em outras atividades lúdicas. Um cenário em que os mais pobres não precisem se preocupar com trabalho, aquela atividade precária para levar “uns trocados” para casa. Neste cenário, as crianças e os jovens terão segurança para permanecerem nas escolas.
Na saúde, a candidata Desiree Salgado defende políticas de valorização do SUS – Sistema Único de Saúde. Ela analisa que na pandemia o SUS poderia ter dado a grande resposta para o mundo. Porém, por questões da política, houve atraso na vacinação.
Apontando para o futuro, prega que os profissionais (médico, enfermeiros, assistentes etc.) integrem uma carreira federal, nos moldes do Judiciário, por exemplo. Com uma carreira definida, os profissionais poderão planejar o futuro, sem a insegurança atual. Muitos não têm a garantia nem mesmo dos salários, por conta da precariedade no quadro das prefeituras, especialmente, nos pequenos municípios.
A respeito da infraestrutura da Região Noroeste, a postulante concorda que é preciso reflexão sobre os transportes, por exemplo. Entende que o transporte unicamente rodoviário apresenta custos elevados. Portanto, projetar o transporte por ferrovias e fluvial contribuiria para reduzir custos. Adverte que se trata de projeto de longo prazo, mas que precisa ser iniciado o debate.
A candidata falou ainda de outros temas importantes socialmente, incluindo o papel do Senado, pacto federativo e participação da comunidade. Também questiona as polarizações, inclusive no plano estadual para a disputa do Senado. Veja na íntegra a entrevista da candidata Desiree Salgado no site do Diário do Noroeste.